Conversas Leoninas

Costuma dizer-se que Taça é Taça, eu agora digo que com VAR é uma coisa, sem VAR pode ser outra. Todavia, nem a Taça, nem a ausência de VAR justificam a nossa noite na "Capital do Móvel". Muito desacerto, muita ineficácia, felizmente o espírito batalhador desta equipa nunca se perdeu e merecemos claramente passar esta eliminatória, mas podia ter corrido mal. Algo se passa, desde o Estoril até agora não temos produzido o futebol que já tivemos. Com o Estoril ganhámos, mas o Rui Borges não se coibiu, e bem, de mostrar o seu desagrado, segui-se Nápoles com erros individuais que comprometeram o resultado, perdemos o jogo, depois Braga (com a mesma equipa que jogou com o Estoril) e empatámos em casa; já tínhamos perdido a Supertaça no Algarve e o jogo com o Porto na nossa casa, ou seja, os níveis exibicionais e os resultados não nos deixam satisfeitos. Os níveis de concentração devem estar presentes desde o início e se for preciso mudar alguns jogadores, vamos a isso, mas compete ao treinador mostrar que temos jogadores e equipa para atingir os nossos objectivos. O próximo jogo será um bom teste para perceber se o Sporting está preparado para defender o título e mostrar que está nas  diferentes competições para lutar sempre. Ficam de fora dos meus 5 Zeno Debast e Geny Catamo, mas gostei do que deram à equipa quando foram lançados no jogo. Não sei porquê, mas lembrei-me de duas coisas durante o jogo: O resultado da nossa equipa B com o Paços (ganhámos 3 a 0, na nossa casa) e de Diogo Travassos emprestado ao Moreirense, internacional sub-21, porque terá sido?

Mas vamos às minhas 5 escolhas:

Pedro Gonçalves, o mágico do costume. Jogue onde jogar acaba sempre por dar muito à equipa, se estiver bem fisicamente. Melhor ainda se os seus colegas aproveitarem bem as suas movimentações, passes e remates.Esteve quase a marcar e acabou pouco tempo depois por fazer o empate com um belo golo. Com a saída de Morita acabou a construir e foi um dos que mereceu amplamente a vitória. Continua a ser um dos melhores marcadores do Sporting e peça chave para Rui Borges, tal como no passado fora para Amorim. Só Martinez não o aproveita, uma vergonha!

Ioannidis, o nosso avançado grego entendeu-se às mil maravilhas com Pedro Gonçalves e com Quenda e esteve nos lances dos golos, teria até marcado 2, não fosse o autogolo. No primeiro, foi ele que abriu espaço para Pedro Gonçalves, no segundo finalizou de cabeça na área, na sequência do canto de Quenda e no terceiro estava no segundo poste para o cruzamento de Fresneda que deu a vitória. Estamos bem servidos de avançados, agora precisamos é de mais golos. O internacional helénico mereceu a vitória e foi, com Pedro Gonçalves, um dos homens do jogo.

Fresneda, quem diria que a concorrência lhe está a fazer bem. O internacional sub-21 espanhol entrou bem no jogo e deu outra dinâmica ao flanco direito. Foi dele o cruzamento para o golo da vitória e trabalhou bem com os colegas, tendo-se mostrado ao treinador e reclamado mais minutos. Eu, que confesso não ser um fã, tenho que dizer que neste jogo merece este destaque.

Quenda, o nosso menino prodígio, na lista dos candidatos ao troféu do melhor jovem jogador, mostrou-se a quem não o conhecia e desiquilibrou muitas vezes, apesar de nem sempre bem aproveitados esses desiquilíbrios, foi essencial para a reviravolta no marcador. Assistiu Ioannidis de uma forma exímia. Bom jogo.

Alisson, foi sempre um perigo para o Paços, mas nem sempre acertou. Alguma falta de pontaria, outras da melhor definição no último passe, viu-se que queria mostrar trabalho e disso se refletiu o caudal do nosso flanco esquerdo. Com rotação acima da equipa, foi um agitador, tem que melhorar no entendimento com o lateral do seu lado para que a consistência defensiva esteja garantida, já que a ofensiva promete. 

Esta semana prossegue com mais um jogo da Liga dos Campeões, com o líder da Liga Francesa, o Marselha, a visitar Alvalade. Que Rui Borges e a sua equipa técnica saibam mostrar-nos de que matéria é feito este Sporting. Nós continuamos a apoiar. Força Sporting