Conversas Leoninas

Tenho que confessar que esperava a vitória do Sporting no Dragão. E a primeira parte estava a dar-me razão, apesar da proteção do árbitro João Pinheiro aos jogadores do Porto que faziam faltas e cortavam jogadas de contra ataque sem a respetiva sanção disciplinar. Aliás, o caso de Eustáquio (que arrumou João Simões) é paradigmático, deve ter sido o jogador que mais faltas fez e saiu do jogo sem qualquer cartão. A superioridade do Sporting em todos os aspetos do jogo não se traduziu em golos, mas a expectativa para a segunda parte era elevada. Infelizmente, não se repetiu essa superioridade e apesar de quase até ao fim do jogo a vitória estar no pensamento de todos os Sportinguistas, o certo foi que aos 90+4 o Porto empatou o jogo. Confesso que não gostei da postura da equipa e do nosso treinador, que não foi feliz nas mexidas tácticas e de jogadores. Eu sei que se o resultado fosse a nossa vitória ninguém levantaria esta questão, mas a superioridade do Porto teve dedo de treinador e nós não respondemos em conformidade quando o adversário arriscou tudo. É mais fácil falar depois e eu não assisto aos treinos, só espero que jogadores e equipa técnica tenham aprendido com o jogo, sendo certo que com João Pinheiro em campo é sempre difícil ganhar, basta ver as estatísticas. Aliás, por mim, com as exibições de João Pinheiro nos jogos do Sporting este árbitro já teria descido de escalão, tantos são os erros e o descontrolo emocional demonstrado. Ainda não esqueci um dos jogos que vi no Dragão em que aos 45 segundos Matheus Reis foi amarelado e Coates foi expulso na segunda parte, por acumulação de amarelos, depois de ter sido amarelado na primeira quando Taremi o pisou, ou seja amarelou o jogador errado. Nos 9 jogos entre Sporting e Porto apitados por este árbitro só ganhámos 1. A percentagem de jogos ganhos nos apitados por João Pinheiro é a mais baixa dos grandes e até do Braga, estranhamente fica abaixo dos 50% enquanto Porto 72%, Braga 60% e Benfica 75%.Não se entende o silêncio da Direção perante este registo e o aparecimento deste nos nossos jogos.Mas erros de arbitragem e VAR à parte, o jogo terminou a perder dois pontos que beneficiam o do costume. Hoje, escrevo sabendo já o resultado do atual segundo classificado e subscrevo por inteiro o que Manuel Moura dos Santos escreveu: " O Benfica mais uma vez ganhou com uma exibiçãozinha, mas não tem com que se preocupar, porque os fatores extrajogo estão a trabalhar a todo o vapor para o levar ao título." Uma palavra para Harder, Rui Silva e Gyökeres, gostei da sua entrega ao jogo.

Vamos às 5 escolhas:

Hjulmand, o normal omnipresente no Sporting, cheio de energia, sempre com decisões ajustadas a defender e a atacar. Nunca se descontrolou, apesar das decisões da equipa de arbitragem.  Um gigante, na nossa equipa e super influente, se tivéssemos dois Morten daríamos sempre "baile". Que assim continue. 

Fresneda, um jogador que renasceu com Rui Borges, face aos 2 falhanços do mercado de Inverno, acabou por ficar e já leva mais tempo de jogo do que tinha nas épocas em que está por cá. Também a marcar nos dois últimos jogos acaba por convencer o treinador que deixa Quaresma, a alternativa, no banco. Jogar com regularidade dá mais confiança, espero que continue a melhorar e a marcar.

Maxi Araújo, fez uma excelente primeira parte e foi baixando de rendimento. Levou amarelo porque é jogador do Sporting e o árbitro era Pinheiro. Compare-se com o número de faltas que fez Eustáquio e veja-se. Saiu esgotado, mas começa a consolidar-se num onze em que as alternativas quase não existem.

Quenda, na jogado do golo do Sporting deve ter deixado os olheiros presentes a fazerem conta à vida. Deu cabo da defesa do Porto, João Mário e Zé Pedro ainda devem estar a tentar perceber o que aconteceu. O Selecionador Nacional estava presente, mas deve continuar noutra. Teve oportunidades (duas, salvo erro) de matar o jogo e de nos consolidar no primeiro lugar. Se Rui Borges o ajudar a melhorar na concretização pode vir a ser um dos melhores jogadores portugueses de sempre, mais um a sair da nossa academia.

Trincão, a minha escolha mais polémica provavelmente, não foi dos seus jogos mais conseguidos, mas foi dos mais vigiados pelo adversário. Bateu o canto que podia ter dado golo de cabeça de Hjulmand e tentou sempre desiquilibrar. Rui Borges precisa de um Trincão sempre em jogo o que o esgota mais rapidamente. Também não foi feliz nos remates de fora da área, mas tentou.

Terça feira temos Champions em Alvalade. Temos que fazer um bom jogo se queremos continuar, esta é uma eliminatória a duas mãos e sabemos o que acontece muitas vezes na Alemanha. Infelizmente, parece que não temos plantel para todas as competições, pode ser que Rui Borges continue a fazer alguns milagres. Força Sporting