Nesta rubrica, o leitor tem a oportunidade de apreciar - e se entender, criticar as notas (0-6) que eu atribuí aos jogadores do Sporting CP e a outros intervenientes do jogo com o SC Braga, 1.ª jornada da Liga BWIN, que resultou num empate 3-3. Golos de Pedro Gonçalves 9', Nuno Santos 18' e Marcus Edwards 83'.
Erros incríveis na defesa dos leões que atraiçoaram e penalizaram a equipa, sentenciaram a perda de 2 preciosos pontos na luta pelo título. Um empate contra um Braga que até esteve quase sempre perto do tapete é um resultado que irá trazer seguramente dores de cabeça e muito trabalho a Rúben Amorim. O treinador do Sporting terá que trabalhar urgente a falta de reacção que os seus defesas apresentaram durante toda a partida, vários elementos com sub-rendimento, muito facilitismo em zonas proibidas com bola na saída e dando demasiados espaços, perderam quase sempre nos duelos físicos e na velocidade para o adversário.
Um dos principais trunfos desta equipa do Sporting, a enorme solidariedade entre todos e que tantas vezes fez a diferença, não se viu ontem nas 3 vezes que estiveram na frente do marcador. Ofereceram de bandeja vida ao Braga que não se fez rogado e quase ganha o jogo no ultimo minuto.
DESTAQUE - MATHEUS NUNES - 5 - Logo aos 2' mostrou ao que vinha, uma arrancada com turbo que só foi parada com amarelo ao ALMusrati. Jogou o seu futebol que todos conhecemos mas agora ainda mais adulto, com melhor conhecimento dos timings, assumiu o risco várias vezes levando a equipa ás costas. Desequilibrou o meio campo adversário como no lance em que furou por ali fora e cruzou para o excelente golo do Nuno Santos. Merecia muito mais que o empate.
ANTÓNIO ADÁN - 2.5 - O guarda-redes espanhol teve uma noite muito ingrata, viu o adversário fazer golo nas três vezes que rematou enquadrado. Positivo a excelente mancha no ultimo minuto da partida ao Vitinha negando-lhe o golo, salvando a equipa de um castigo ainda mais pesado que o empate.
PEDRO PORRO - 3 - Muito melhor nas manobras de construção mas a sua principal função é defender o flanco direito da equipa e as suas costas o que nem sempre conseguiu fazer da melhor forma, desprotegeu o Gonçalo Inácio provocando a sua desorientação e perda de confiança.
GONÇALO INÁCIO - 2 - Jogo para esquecer, muitas dificuldades em compreender o espaço que deveria pisar, perdeu confiança e acima de tudo reacção ao timing de intervenção. Não estava preparado para este jogo e tem que reflectir onde falhou e porquê. Tem que crescer, madurar muito mais, é uma peça importantíssima na equipa e tem que procurar cumprir o papel que lhe é destinado. Ontem ajudou a deitar quase tudo a perder.
SEBASTIÁN COATES (CAP) - 3 - Os inícios de época são-lhe historicamente difíceis, a demora a entrar no ritmo alto da competição, no jogo de ontem ainda teve que lidar com dificuldades acrescidas pela inesperada e surpreendente ineficácia dos dois colegas do lado (Gonçalo Inácio e Matheus Reis). Não está ainda em condições físicas de segurar aquele cabo de aço como tão bem sabe agarrar. Com tantos espaços oferecidos teve que correr mais à esquerda e à direita e essa não é a sua praia.
MATHEUS REIS - 2 - Irreconhecível aquele que foi o melhor defesa esquerdo da Liga da época passada, claramente fora de forma esteve fora de tudo, dos timings na antecipação, nos duelos físicos, na leitura dos espaços e das dobras, muito desligado do Coates e do Nuno Santos foi sempre peixe fora de água, tem também culpas directas do afundanço da defesa da equipa.
NUNO SANTOS - 3 - O ataque foi de longe o melhor sector da equipa, o Nuno fez a sua parte sempre que foi chamado a intervir, marcou um golazo na melhor jogada da noite e mostrou disponibilidade a mostrar-se aos colegas nas linhas de passe. Foi lançado várias vezes com êxito no seu corredor e nas costas do adversário provocando-lhe desequilíbrios.
HIDEMASA MORITA - 3 - A curiosidade de os adeptos do Sporting vê-lo na equipa titular contra um adversário complicado, mostrou que pode acrescentar, que pode ser muito útil na equipa, está ainda a dar os primeiros passos e irá ganhar seguramente confiança para jogar o seu futebol. Levou o jogo muito a sério, com competência no critério das suas açôes. Mete o pé sem medo, percebe-se que será osso duro de roer para os adversários.
PEDRO GONÇALVES - 3.5 - Não está ainda no seu melhor e percebeu-se a sua frustração no final do jogo pelo resultado e quiçá também pela sua exibição. Apareceu poucas vezes no jogo o que já não surpreende, mas quando o fez, fé-lo quase sempre bem, esteve no sítio certo para empurrar a bola no primeiro golo da partida e executou o melhor passe da noite, isolando o Trincão na cara do guarda-redes do Braga.
FRANCISCO TRINCÃO - 3 - Ainda deve estar a pensar como falhou um golo que parecia certo quando isolado na cara do Matheus, golo que daria o 3-1 e uma vantagem de 2 golos à equipa. Falta-lhe o natural entrosamento com os colegas, perceber melhor onde vai cair a bola. Na retina ficou o excelente lance em que enganou o defesa e soltou-se já dentro da área
PAULINHO - 1 - Deixou-se anular e nada acrescentou à equipa, deveria ter sido substituído mais cedo. O adversário conhece-o bem mas deveria ter tentado de outras formas fugir ás marcações e acima de tudo ser mais rápido na antecipação, vai ter que melhorar e mostrar mais nos próximos jogos, o seu lugar de titular estará em perigo.
MANUEL UGARTE - 2.5 - Vem de uma lesão muscular e não pôde treinar durante a semana de forma intensa, sabe fazer muito mais e melhor do que mostrou. A equipa necessita do seu futebol mais agora, depois da saída do Palhinha. Ontem não trouxe a consistência que a equipa precisava naquela altura à frente de uma defesa que mostrou incompetência durante os 90'.
MARCUS EDWARDS - 3 - Apareceu no sítio certo para aproveitar aquele coelho da cartola sacado e oferecido pelo Rochinha no 3º golo da equipa. Jogador imprevisível e de alguma explosão em espaços curtos, tem que melhorar o passe, ser mais eficaz na decisão do passe. Ajudou a manter até ao derradeiro segundo a expectativa do resultado.
JEREMIAH ST. JUSTE - 2 - Jogou a ultima meia hora mas deixou ainda muitas duvidas no ar aos adeptos sportinguistas, com várias acções faltosas nos duelos com os adversários e quase que se lesiona num desses lances. O Rúben mexeu muito na defesa na segunda parte mas ninguém dos que entraram resolveram o problema, foi sempre uma aflição até ao apito final cada vez que o Braga jogava directo.
ROCHINHA - 3 - Jogador deveras interessante e raro no futebol actual, olha de frente os adversários e em minusculos espaços vai para cima deles, mostrou poder vir a ser muito útil principalmente contra equipas que estacionam autocarros. O lance que executou arrastando 3 adversários fazendo-os recuar dentro da sua área e no timing exacto desferir o passe letal onde apareceu o seu ex colega vimaranense Edwards para fazer o 3 º golo provocou água na boca nos sportinguistas que assistiram.
RICARDO ESGAIO - 1 - Não ajudou a equipa nem o seu treinador que apostou nele, desconcentrado deixou-se comer como um juvenil no lance desastroso que resultou no golo e do novo empate do Braga aos 88'. O adversário já o conhece e sabe que a velocidade é o seu pecado mortal, bola picada em profundidade e o Esgaio caiu da bicicleta como tantas vezes já aconteceu, mas ele já devia estar preparado para essa possibilidade, caramba eram só 20 metros e com isso viu a vitória fugir por um canudo à equipa, esperamos que nas contas finais da Liga este resultado não traga dissabores ainda maiores.
RÚBEN AMORIM - 3 - Tem que reflectir, a equipa afinal não estava ainda totalmente preparada para este jogo, terá que trabalhar muito no que falhou. O plano da construção para gerar oportunidades de golo resultou bem, mas falhou no inesperado, no sector que costuma ser o mais coeso da estrutura da equipa, a defesa, porquê tanta falta de reacção dos seus elementos centrais quando foi precisamente o elemento (reacção) que melhor se viu no adversário? O que faltou treinar melhor? É uma questão física ou mental? Concentração? A perda de confiança foi notória durante o jogo e foi ridículo tantas ofertas numa enorme demonstração de défice de maturidade. Um candidato ao título não se pode dar a esses "luxos".
ARTUR JORGE - 3 - Não teve culpa de estar quase sempre perto do tapete para a contagem e serem oferecidos inesperados balões de oxigénio que resultaram em vitaminas de vida, na verdade quase que ganham o jogo no ultimo lance o que seria uma vitória caidinha do céu, mas que culpa teve? Fez o que devia e podia e levou um ponto o mesmo que o Sporting.
FÁBIO VERÍSSIMO - 3 - No geral pouco a apontar, mas já o vimos fazer melhor, nas divididas penalizou quase sempre o Sporting quando nem havia motivo para falta. Teve o mérito de segurar sempre a partida em todos os momentos do jogo.
TIAGO MARTINS (VAR) - 4 - Ficou a ideia que ajudou (bem) o árbitro em algumas decisões disciplinares, no lance do penálti revertido também esteve bem, é o Pedro Gonçalves que arrasta o pé para cima da perna do adversário e como o Pote não se chama Taremi, justamente não foi penálti.