As minhas notas acerca da vitória em Alvalade frente ao Santa Clara na 26ª jornada
PortugaLion, 02.04.23
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Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.
Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.
PortugaLion, 02.04.23
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1. Grandes palcos.
Uma vitória à… nem parece o Sporting, Perdulário. A sofrer à 1ª ocasião. Sem especial sorte. Com mérito. Equipa que merece sorte melhor e os maiores palcos europeus.
2. O 5-2-3 de Rúben Amorim.
Estratégia de 1ª mão, com algumas nuances para entrada de Diomande (à direita na saída, empurrando St Juste para a linha) e ajustes para proteger o Esgaio (com trocas muito fluidas). Estratégicamente muito capaz nos contra-movimentos na profundidade e a libertar o centro.
3. O 4-3-3 de Mikel Arteta.
Arsenal também muito mto próximo do que mostrara em Alvalade, com Jesus a sair mto da zona 9 e c equipa a procurar carregar corredores com 3 e 4 jogadores para acelerar ou variar o flanco. Uma vantagem enganadora baixou o ritmo da equipa, que teve muita dificuldade em voltar.
4. Força e velocidade.
O Sporting encontrou muitas vezes os espaços certos. A equipa executou na perfeição a estratégia de Amorim. O que faltou para ser ainda melhor foi o hábito de jogar ao ritmo a que joga o Arsenal. Não basta encontrar o espaço, é preciso conseguir explorá-lo.
5. Futebol é isto.
Hoje toca a nós sermos felizes para conseguir igualar forças contra o líder da Premier League, para arrancar um resultado histórico num confronto à partida desnivelado. Por vezes, num dia bom, quem tem menos armas consegue ganhar. Mérito do Sporting hoje, como o dos rivais no passado.
6. Esperar o seu momento.
Amorim foi muito paciente com a equipa. Difícil de dizer o que temia quando esteve por cima e faltava capacidade de segurar a bola e combinar pelas alas. A sua paciência foi premiada. O Arsenal nunca esteve confortável no jogo, nuca teve os espaços que queria.
7. Personalidade.
Há poucas coisas mas importantes para uma equipa do que ter jogadores que acreditam em si e no plano de jogo. Isso dá segurança nas ações e permite à equipa superar-se. Durante tempo demais esta época, o Sporting jogou mais contra si próprio do que contra os seus rivais.
8. Contra todas as probabilidades.
Quando percebi que a equipa fisicamente não podia mais e queria o desempate, só pensava que ir para os penaltis com os jogadores que estavam em campo, era meio caminho andado para perder. Ora bem, feliz por se provar novamente que, se calhar, não percebo nada disto.
9. Doce inconsciência.
É fácil perder a noção, mas o Sporting acabou o jogo com 1 jogador de 2005, 1 de 2004, 2 de 2003 e 1 d 2001. A qualidade não tem idade, mas a experiência tem. E quando se junta muita inexperiência, há muito risco. Mas parece que há quem vejamais além. O futuro está aqui.
10. Também merecemos ganhar de vez em quando.
O futebol esta época tem sido muito duro para a equipa. Com o que se viu hoje, o sucesso está frequentemente à espreita e depende de detalhes. Também os melhores jogadores do mundo falham à frente da baliza. E nos detalhes, hoje o Sporting foi mais feliz.
11. A pedir maiores palcos.
Houve tantas exibições individuais de grande nível, fazendo sobressair as qualidades e mascarando os defeitos, que passaria a noite a individualizar. O Sporting tem muito bons jogadores, que podem aspirar a ombrear com os melhores do mundo.
12. Em suma.
Enquanto escrevo isto, Amorim fala para a imprensa. Hoje talvez não se lembrem de lhe perguntar se se demite. Julgo que o “problema” será o inverso. O Sporting precisa da sua estabilidade emocional para repetir noites como esta. O melhor presente antes da pausa forçada por causa dos jogos das seleções. Afinal eliminar a equipa que comanda a PL é um feito extraordinário e merecido.
Parabéns Sporting Clube de Portugal
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PortugaLion, 13.03.23
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1. Unidos.
Exibição de sacrifício, frente a um rival mais forte e que fez sofrer. Equipa unida em torno de um plano de jogo, a acreditar em poder fazer a diferença nos detalhes. Noite colectiva importante.
2. 0 5–2-3 de Rúben Amorim.
Nenhumas surpresas num 11 que procurou anular, ceder a iniciativa e esperar a bola para surpreender. Matheus Reis à largura para marcar Saka, St. Juste atento às dobras, Paulinho próximo dos médios centrais. Ofensivamente, Pedro Gonçalves subia e a equipa pedia a Edwards para ser o factor X.
3. O 4-3-3 de Mikel Arteta.
Equipa muito personalizada, com movimentos com e sem bola muito atípicos (o mais evidente, a posição de Zinchenko em fase ofensiva). Sem um 9 típico, colocou 3 em zona ofensiva central, abrindo Nelson e Saka nas alas. Sem bola, pressionante, deixando 3x3 atrás.
4. Jogar na expectativa.
É raro poder ver o Sporting especular sem bola (uma estratégia que sofre tantas vezes). Mas é com as diferentes estratégias que se aproximam equipas com recursos diferentes e promovem a paixão pelo futebol. As inspiração e transpiração são os ingredientes principais para que tudo seja possível.
5. Limitações.
O modelo de Amorim exige muito dos seus jogadores. A distância nos apoios dá importância extrema à capacidade de reter a posse, os 3 defesas centrais são obrigados a sair em contenção muito rápidamente e os médios centrais obrigados a encurtar com a mesma rapidez. Não há rede, e há um desgaste enorme.
6. Ritmo e confiança.
Mesmo que a prioridade do Arsenal seja outra, quem está bem - física e psicologicamente - quem acredita no seu modelo, está mais próximo de ganhar. Não precisam de estar todas as 1ªs figuras, porque quem entra está fresco e quer mostrar serviço para os jogos decisivos que se avizinham.
7. Poder acreditar.
É certo que o rival conserva grande favoritismo, mas a exibição permitiu mostrar à equipa que se pode levar a eliminatória para os detalhes. Porquê? Porque se deu a volta, porque se soube sofrer, porque se tem qualidade, porque o futebol permite estas alegrias. Mas será necessário correr o dobro.
8. O momento.
As boas exibições colectivas raramente surgem por mero acaso. Algo que tem marcado esta temporada tem sido a capacidade da equipa se reerguer depois de levar pancada. Mas é lógico ser mais fácil ter confiança, quando o momento é largamente positivo. Tem faltado alguns detalhes e este jogo não foi excepção.
9. Aspectos a melhorar.
É nas dificuldades que se aprende mais e o jogo de hoje tirou 3 pontos a melhorar:
- A capacidade de encontrar um médio central de frente para o jogo;
- A capacidade de fazer participar os alas na construção;
- E a importância de bloquear o rival, quando a pressão é feita a 3.
10. António Adán.
Tem sido, a meu ver, criticado de forma injusta, não pelos erros que cometeu, mas por se ignorar o contexto em que os mesmos foram cometidos. Fez uma exibição soberba, fazendo o difícil parecer fácil. Merece muito respeito pelo jogo que fez e pela sua qualidade com cômputo geral.
11. Em suma.
Um empate justo e injusto, num jogo que poderia ter corrido melhor, mas também pior, e em que o Sporting, o seu treinador e jogadores deixaram bem expresso, o valor que têm, por vezes de cortar a respiração. Será preciso redobrado espírito colectivo para voltar à terra no domingo.
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1. Extremos.
Não dá para encontrar lógica nesta época. Resultado muito melhor que a exibição, em jogo em que a sorte sorriu muitas vezes. Preciso de ir além da confluência cósmica. Ficou o mais importante.
2. O 4-4-2 de Rúben Amorim.
Surpresas no 11 e na estratégia, com Inácio posicionado muito próximo da linha para rondar Isaksen; Morita e Ugarte paralelos e Pedro Gonçalves atrás de Paulinho. Estratégia passava por ganhar confiança com bola, explorar o corredor contrário e 1x1 de Arthur.
3. O 4-3-3 de Albert Capellas.
Midtjylland com estratégia semelhante à que utlizou em Alvalade mas ousando mais, colocando mais 1 homem na pressão à última linha do Sporting. Agressividade em zonas altas, com 3x3 atrás. Vertical na procura das alas quando recuperava.
4. Desconforto.
Como em Alvalade, o Sporting deu-se mal com a pressão e a agressividade do rival. Querer fazer as coisas depressa e bem é difícil, mas devagar e bem é impossível. E quando assim é, o desconforto que se gera é o conforto que se dá à estratégia do rival.
5. Um adversário diferente.
Superioridade técnica de pouco vale se não houver velocidade na execução, intensidade nos duelos, etc. Mas é fácil desvalorizar a dificuldade criada por este rival, quando o jogo está “aberto”. Tem um jogo muito físico, uma intensidade que pouco se vê em Portugal.
6. A sorte do jogo.
Da mesma forma que o Sporting praticamente não competiu com o Marselha, hoje (como o Guimarães em Alvalade) depois da expulsão, só com um milagre o Midtjylland poderia reentrar no jogo. Não há grande mérito do Sporting no que aconteceu, mas aconteceu e permite reflectir sobre o passado.
7. Continuamos a precisar dos teus golos Seba.
Na semana passada disse que o Sporting jogava suficiente para merecer um pouco mais de sorte e acerto nas bolas paradas. Está à vista como é importante desbloquear jogos, quando falta qualidade e confiança.
8. Respirar.
Julgo que parte da desinspiração colectiva se deve a uma desadequada compreensão das dificuldades e qualidades ds rivais. O nervosismo gerado para não se ser capaz de fazer o que se fez, também contra adversários mais fortes, deve-se à tal falta de confiança, mas aprendeu-se algo.
9. Gonçalo Inácio.
Pode ter jogado feio e atabalhoado por vezes, mas sendo do seu lado que havia o maior perigo vindo do rival, o seu regresso à lateral - depois de tantos anos - foi marcado pela lucidez e sobriedade. Simplicidade, duelos ganhos, o jogador que mais sobressaiu esta noite, na minha opinião.
10. Em suma.
Um jogo de enorme carga emocional para o que os jogadores tinham vivido há uma semana. Uma vitória por números exagerados e que não reflecte a dificuldade do jogo, mas com a possibilidade de estar calmo durante 45min. Segue-se o jogo mais importante da temporada.
Noite feliz e triunfo justo para o Sporting, que HOJE (24/02/2023) irá conhecer o adversário dos oitavos de final da competição.
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