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Conversas Leoninas

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

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Risco é não jogar - por António Tadeia

Avatar do autor PortugaLion, 11.12.22

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                                                                                                        (Foto: Diogo Pinto/FPF)

📌 A ver o desespero da seleção nacional na segunda parte, para tentar anular a desvantagem no jogo com Marrocos, ouvi sublinhar a estratégia de risco adotada nessa altura por Fernando Santos. Discordei. 
 
 
📌 Risco, no jogo de hoje, não foi acabar com Ronaldo e Félix na frente, Leão numa ala e Horta na outra, com Vitinha e Bernardo Silva no meio-campo, dois centrais no eixo e Bruno Fernandes e Cancelo a saírem das laterais. 
 
 
📌 Risco não foi sequer, a dada altura, adiantar os centrais para a área, de forma a tentar aproveitar as bolas por alto que a equipa passou a bombear para perto da baliza de Bono.
 
 
📌 Risco foi não jogar. Risco foi aquilo que Portugal fez na primeira parte, sempre com muita gente cá atrás e poucos, insuficientes, fora do bloco de Marrocos.
 
 
 📌 Risco foi fazer saída a três, colocando Rúben Neves entre os centrais, para uma equipa que defendia apenas com El-Nesyri na frente.
 
 
📌  Risco foi, além disso, pedir depois a Bernardo Silva e Otávio que fizessem movimentos de aproximação constante aos três de trás, que os retiravam de onde eles deviam ser influentes, que era entre linhas, como recetores de passes mais verticais de uma equipa que nessa altura se limitava a rodar por trás e promover longas mas sempre lentas variações de centro de jogo, dando tempo ao opositor para bascular. 
 
 
📌 Ao contrário do que se vê muito dito e escrito por aí, o risco não aumenta nem diminui consoante o número de médios defensivos que se metem no campo. De acordo com os manuais, hoje Portugal entrou apenas com um – Rúben Neves –, mas o único risco que fez aumentar com a estratégia assumida na primeira parte foi o de perder tempo, fosse por excesso de cautela ou por incapacidade. 
 
 
📌 Excesso de cautela se o que levou à acumulação de unidades atrás da primeira linha de pressão de Marrocos foi a vontade de meter ali alguma redundância, para ter sempre gente atrás em proteção no momento de transição defensiva; incapacidade se o que esteve em causa foi a falta de condição de qualquer dos jogadores mais recuados para meterem um passe vertical dentro do bloco dos adversários, forçando mais elementos a baixarem para assumir. Isso é que foi risco. 
 
 
📌 Ter a bola e desperdiçar o tempo sem criar dificuldades aos marroquinos, foi a primeira razão da eliminação de Portugal nos quartos-de-final do Mundial.