Muitos dos Sportinguistas que acompanham com paixão o seu clube, em Alvalade e por esses estádios fora, são também treinadores de bancada. Nada de mal. Eu próprio me incluo nesse grupo.
Tenho opinião sobre os jogadores e as suas exibições, assim como as escolhas do treinador e as respetivas mexidas que são efetuadas com o jogo a decorrer. Sabemos bem que quem trabalha durante a semana com os jogadores dispõe de informações que nós, treinadores de bancada, com mais ou menos visão técnico-táticta, não temos.
Quero recordar aqui aos nossos leitores o caso de Matheus Reis. Recebido com muita desconfiança, “o tribunal de Alvalade”, onde eu me incluo, ia dizendo que o esquerdino não tinha categoria para o nosso clube. Como estávamos enganados. O nosso treinador foi insistindo e apesar de alguns lapsos Matheus Reis foi crescendo a lateral e a central tendo-se tornado um dos melhores da equipa e sempre com exibições acima da média.
Se o nosso treinador desse ouvidos aos especialistas de bancada e não desse confiança ao jogador nunca saberíamos o verdadeiro valor deste fantástico esquerdino. Quando Rúben veio ficamos em quarto lugar com os mesmos pontos do Braga. No ano seguinte fomos campeões com todo o mérito.
Na época passada ficamos em segundo lugar, fizemos o mesmo número de pontos que na época em que fomos campeões, garantimos a ida direta à Liga dos Campeões, essencial para a nossa estabilidade financeira e para não agravar o passivo. Foi uma época em que fomos claramente prejudicados pelas arbitragens, basta relembrar o que aconteceu no Dragão onde a vitória seria o resultado natural se não houvesse um pisão de Taremi em Coates transformado em amarelo para o nosso jogador e mais tarde um segundo amarelo, inexistente para mim a falta, e consequente expulsão, tendo o Porto empatado, quando deveria ter perdido.
Ou lembrar o jogo do Porto com o Estoril, que viu o 3 a 1 anulado por uma falta atacante inexistente e consegui ganhar o jogo. Só nestes dois jogos, com a nossa vitória no Dragão e a derrota no Estoril, o Porto teria menos quatro pontos e o nosso Sporting ganharia mais dois. Chegava e sobrava para ser campeão. Mas voltemos ao tema, e ao nosso treinador teimoso e sábio.
Vi os jogos da pré-época e Trincão não me convenceu. Como tenho dois filhos Sportinguistas que também sabem ver futebol e são mais perspicazes do que eu, fui discutindo as impressões dos diferentes jogadores e de acordo nuns em desacordo noutros. O caso de Trincão suscitou um comentário de um dos meus filhos: faz muito bem o Rúben em insistir no Trincão, sem jogar não se ganha confiança! Como ele tinha razão e o nosso treinador também. Viu-se agora em Alvalade como Trincão parece mais entrosado e joga e faz jogar.
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Ainda bem que temos um treinador teimoso e sábio. Certo, certo é que o nosso técnico tem um enorme capital de confiança e que merece que nós Sportinguistas continuemos a apoiar as suas decisões e a equipa por ele escolhida. Tenho a certeza que ele, como nós, quer ganhar. Vem aí o Porto e espero que este ano o árbitro seja isento. Se assim for estou convencido que podemos ganhar no Dragão. Força Sporting, vence por nós.
Rui Pedro Barreiro