Diego Capel em entrevista ao ZeroZero fala do Sporting 🟢⚪
PortugaLion, 30.06.23
«Não fui tratado da melhor maneira pelo então presidente»
zerozero | Passou quatro anos no Sporting e é, ainda hoje, o espanhol com mais jogos pelo clube; o Adán está perto, mas ainda não o passou. É, também, recordado com muito carinho pelos adeptos. Sente que foi um jogador importante na sua passagem por Alvalade?
Diego Capel | Sim. À exceção da última temporada, quando, penso eu, não fui tratado da melhor maneira pelo então presidente. Mas os três primeiros anos foram magníficos, as pessoas reconheceram o meu trabalho e, inclusive, cheguei a ter uma oferta e não a quis aceitar porque sentia-me muito bem no clube. Por mim, teria ficado muitos mais anos no Sporting, mas a decisão do presidente (BdC) naquele momento foi a de que não podia continuar.
Fiquei com muita pena de não me ter despedido de Alvalade como gostaria, sobretudo pelo carinho que me deram durante esses anos nesse estádio. Espero voltar um dia e poder despedir-me como teria gostado na altura, sentindo o carinho e com o José Alvalade a cantar o meu nome; isso, para mim, sempre me encheu o coração.
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zerozero | Permita-me, porque já “tocou” no tema, que avance para a questão da sua saída e do papel que Bruno de Carvalho teve nesse processo. O Diego era um jogador relevante e, subitamente, viu-se a treinar com a equipa B. Foi duro?
Diego Capel | Foi complicado. Passas de ser um jogador importante para – por teres um salário alto – não contarem contigo. Foi difícil, porque nesse momento senti que não me estavam a dar o mesmo respeito que eu tinha tido pelo clube. Mas quero guardar apenas as partes boas, como esse amor dos adeptos e dos companheiros que tive, que eram magníficos; o Frederico Varandas, as pessoas que ainda continuam lá e que têm muito amor pelo Sporting; o Carlos Feitas, Godinho Lopes que, no seu tempo, me contratou. Estou muito agradecido a todas essas pessoas por me terem permitido sentir o emblema como se fosse meu também.
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zerozero | Já falaremos de Frederico Varandas, mas ainda a propósito de Bruno de Carvalho, o Diego percebeu rapidamente que ele não era um presidente como os outros. E os casos que se seguiram, como o ataque a Alcochete ou a destituição de presidente, acabam por ir nessa linha, não?
Diego Capel | Sim. Não estava habituado a ver um presidente sentado no banco e ter esse protagonismo. Quem joga são os jogadores e quem tem de estar aí é o treinador e os jogadores, os que têm de resolver as coisas em campo. Mas pronto, a situação era essa e nós tentámos adaptar-nos. Confesso que me deu pena ver todas essas imagens do ataque à Academia, porque não foi algo bonito para as pessoas que amam o Sporting. Mas felizmente que essa etapa terminou e que chegou uma pessoa que ama o Sporting e que fez com que o clube volte a estar entre os maiores.
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zerozero | Falemos, então, de Frederico Varandas, o homem que se seguiu a Bruno Carvalho e que voltou a fazer do Sporting campeão. Seguiu esse percurso até ao título?
Diego Capel | Claro que segui, sempre segui o Sporting e deixou-me muito feliz. Apesar de ter conquistado uma Taça de Portugal, tive sempre essa «espinha atravessada» de não ter ganho um campeonato pelo Sporting e de poder celebrá-lo pelas ruas de Lisboa com toda essa gente. Mas é como te digo, no final ficas com o carinho e fico muito feliz que o clube esteja novamente entre os maiores e onde merece estar.
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