Conversas Leoninas

Mais um jogo em que era obrigatório ganhar. Mais um jogo em que vencemos. Mais um jogo em que jogamos mal e em que a resposta dos jogadores e da equipa técnica ficou aquém do exigido para um clube como o Sporting.

Parecia que alguns jogadores já estavam de férias, lamento dizê-lo. Não sou de assobiar a nossa equipa e os nossos jogadores, mas tenho que confessar que durante o jogo várias vezes senti vontade de reclamar com a prestação que nos estava a ser oferecida.

A equipa de arbitragem também não esteve bem. Na primeira parte sofremos um golo, no único remate à baliza e depois de um deslize de Coates que até não esteve mal no jogo. Eu diria que ao intervalo Bellerin e Trincão eram os homens menos e Arthur Gomes o homem mais.

Todavia, Rúben Amorim retira do jogo no início do segundo tempo Arthur Gomes, Matheus Reis e Hector Bellerin, mantendo Trincão que acabou por sair aos 58 minutos. Entraram Gonçalo Inácio, Hidemasa Morita, Nuno Santos e Fatawu e aos 64 minutos entrou Esgaio e saiu Diomande. Não entendo, quando se quer ganhar o jogo, certas entradas de jogadores defensivos e a manutenção de Rochinha no banco.

As minhas 5 escolhas recairam em Arthur Gomes, Pedro Gonçalves, Coates,  Paulinho e Fatawu.

Deixo Nuno Santos de fora, porque são 5, se fossem 6, ele lá estaria. Começando pelo jovem Ganês, diria que fez esquecer Trincão e mostrou que pode ter mais oportunidades, apesar de nem tudo lhe correr bem, a raça e a capacidade individual foram decisivas para a sua boa exibição.

Paulinho, apesar de muito só, foi batalhador e deu sempre a cara à luta, após a expulsão de Adán, foi para a baliza. Coates ficou ligado ao golo, mas não deixou que esse lapso o influenciasse negativamente e privilegiou a equipa, acabando por fazer o golo da vitória após cabeceamento de Paulinho.

Pedro Gonçalves abriu o ativo (apesar do desvio num jogador adversário, para mim o remate para golo foi do nosso jogador), começou a médio, tendo na segunda parte subido no terreno, continuou a mostrar a sua importância nesta equipa, independentemente de jogar a médio ou a avançado.

Alguns destes jogadores, com uma exibição paupérrima, não mereciam jogar o clássico contra o Benfica que aí vem. Oxalá o Braga perca pontos e o Sporting consiga preparar-se convenientemente para o jogo que vai encher Alvalade no próximo domingo. Força Sporting.

Cheguei a casa carregado de desilusão com o resultado do jogo. Já fui rever os lances capitais da partida e confesso que não entendo como um jogador experiente como Ricardo Esgaio, consegue em menos de dois minutos ter duas abordagens que ditaram dois amarelos e consequente expulsão, a somar à grande penalidade que determinou a história do jogo.

Erros individuais de jogadores e algumas escolhas controversas do nosso treinador contribuiram para nos deixar onde estamos. Chateados e algo desiludidos, mas nada está perdido. Isto é, dependemos só de nós.

Se queremos passar da fase de grupos, temos dois jogos para o fazer.

Um em Londres ( x Tottenham) e outro em casa ( x Eintracht Frankfurt).

Entretanto ainda jogamos para a Taça de Portugal fora e para o campeonato em casa.

Mas vamos às 5 escolhas que são o objectivo desta prosa. O primeiro destaque vai para Franco Israel (1), jovem jogador de 22 anos que esteve à altura do desafio colocado. Sofreu dois golos, mas foi um dos melhores do Sporting, talvez mesmo o melhor dos que jogaram os 90 minutos.

A minha segunda escolha vai para Francisco Trincão (2). Não entendo a sua substituição, dos 10 jogadores de campo foi um dos melhores e saiu. Qual terá sido a intenção de Rúben Amorim (RA)? Confesso que não ouvi a entrevista após o jogo e não sei se alguém perguntou porque razão tinha saído Trincão. Eu não percebi.

Terceira escolha, Sotiris Alexandropoulos (3), entrou numa equipa já em desvantagem, mas não se atemorizou e mostrou serviço. Foi guerreiro e pediu mais oportunidades.

A minha quarta escolha recai em Fatawu (4). Na última prosa sobre as minhas 5 escolhas perguntava se tinha que meter uma cunha ao RA para ver jogar Fatawu. Entrou na sequência da expulsão de Esgaio, substituindo Morita, para recompor a equipa. Deu o ar da sua graça e merece o meu destaque este jovem jogador Ganês de 18 anos, também reclamou mais oportunidades e merece o meu aplauso pelo que fez durante o jogo.

Para última escolha estive indeciso entre Gonçalo Inácio e José Marsà e acho que desta vez vou considerar um empate, em vez de 5, vou escolher 6. Gonçalo Inácio foi um jogador concentrado e tentou remar contra a maré, tem 21 anos e se jogasse noutro clube, seria elogiado abundantemente. Apesar de nem sempre ter sido feliz nos lançamentos longos, nunca desistiu e resistiu mesmo com 9 contra 11.

José Marsá, de 20 anos, entrou aos 35 minutos substituindo o lesionado Coates, e voltou a mostrar serviço e pede mais oportunidades. Estes jovens aguentaram a partida e não sofreram mais golos, numa segunda parte em que ficamos reduzidos a 9. Fico-me por aqui.

Vem aí o jogo da Taça de Portugal com o Varzim e depois com o Casa Pia para o campeonato. Espero que Amorim aproveite bem este tempo antes do jogo em Londres para recuperar quem deve, escolha bem a equipa e a faça lutar pela vitória. Não basta planear bem, é preciso executar bem.

RA referiu antes do jogo com o Marselha que tínhamos que ser rigorosos e não podíamos cometer erros. Será que todos ouviram a mensagem no balneário? Espero que sim. Dependemos de nós. Se conseguimos ganhar os dois primeiros jogos, porque não conseguiremos ganhar os próximos?

Este jogo tinha uma importância grande. Não só pelos pontos já perdidos, mas também pelos traumas recentes naquele estádio, a juntar a uma derrota na Liga dos Campeões.

Confesso que na primeira parte estava a gostar bastante de St Juste (1), que saiu pouco depois do início da segunda parte. Também Morita (2) e Edwards (3) me convencerem. Estão pois, encontrados os meus primeiros 3 destaques. Morita marcou contra a sua antiga equipa e jogou bem, Edwards criou brechas na defesa do Santa Clara, apesar de ter pecado na finalização, nalgumas ocasiões em que teve tudo para marcar. Espero que o St Juste não se tenha lesionado novamente e que a substituição tenha sido preventiva. A sua velocidade cria boas condições de penetração na defesa contrária e colmata de alguma forma a ausência de Porro.

A minha quarta escolha recai em Ugarte (4). Não foi dos seus melhores jogos, mas foi importante na consistência do Sporting e foi pronto socorro nas alturas em que o Santa Clara colocou algum perigo no jogo. Confesso que a minha quinta escolha não foi muito difícil.

Adán (5) esteve bem e foi ele que aguentou o resultado, tendo sido escolhido pela Sport Tv como o homem do jogo.

Uma palavra para Gonçalo Inácio que entrou bem no jogo e apesar de central a jogar pelo lado direito, deu conta do recado. Outro destaque, apesar de fora dos 5, para Nuno Santos que  nos descansou e fez o que o Sporting faz poucas vezes, rematando de fora da área.

 Não foi um grande jogo do nosso Sporting, tendo permitido o crescimento da equipa adversária de uma forma que deixou os adeptos a sofrer sem necessidade. Mais uma vez sofremos um golo nos minutos finais do jogo.

Oxalá, na próxima quarta-feira tenhamos a sorte do jogo com o Marselha, no jogo da Liga dos Campeões. Mais uma vez não vi jogar Fatawu, tenho que meter uma cunha a Rúben Amorim.

Força Sporting, vence por nós.

Rui Pedro Barreiro