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Conversas Leoninas

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

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Inequívoco. O primeiro golo do Sporting CP, obtido por Paulinho ao terceiro minuto do jogo ante o Casa Pia AC, não deveria ter sido validado, porque o mesmo foi ferido de legalidade, mesmo que por escassos nove centímetros. Que existiu o erro de análise do VAR, foi factual. Tão factual, como o mesmo VAR não ter tido qualquer intervenção num penálti escandaloso que ficou por marcar sobre Marcus Edwards. Mas isso, para os do costume, não interessou para nada.

Rúben Amorim, como sempre, chegado à sala de imprensa, e porque sabe estar no futebol e na vida, ao contrário de outros por outras paragens, foi célere a falar no erro e a assumir a realidade do mesmo, não fugindo ao tema do benefício. Dito assim, usar esta palavra para o nosso Clube, é algo tão estranho quanto quase inédito. Que de tão inédito, fez com que as virgens ofendidas, aquelas que "mamam da teta" desde sempre, e que sem pudor algum, tantas vezes omitindo os escândalos, vêem os clubes de que são adeptos ganhar com tantos e tantos casos, que os deveriam fazer corar de vergonha.

Até o Conselho de Arbitragem, que tão célere foi neste caso, e tão ausente tem estado em outros, veio logo a terreiro, abrindo um precedente que esperarei, curioso e sentado, para ver as cenas dos próximos episódios. Acabado o jogo, passei pelos canais de televisão, fazendo zapping, e vi como "paineleiros" de fino quilate, que deveriam ter seguido o exemplo de Filipe Martins, treinador do Casa Pia AC, que demonstrou ser um grande senhor do futebol, mas que ao invés estavam excitados com o assunto, falando até em repetição do jogo em prol da verdade desportiva, como se o futebol português fosse um local onde nunca tivesse havido erros, nem clubes beneficiados.

Eu, que tenho memória, vi José Pratas correr à frente de uma equipa em fúria; vi também Inácio de Almeida omitir na mesma jogada uma grande penalidade e um golo que o levaria a ser afastado do futebol. E sei, porque a memória dos homens é curta, que tanta coisa deveria fazer corar de vergonha os que de forma tão célere foram agora os primeiros a vir a terreiro... quais virgens ofendidas. E ao lembrar estes dois casos, entre tantos outros de décadas, deixei propositadamente de referir os mais recentes, porque estão na memória de todos nós. E com um denominador em comum: o benefício ser invariavelmente para os do costume.

Dito isto, apesar de ser muito mais Sportinguista que desportista, não escondo a minha condição de "irracional" quando entra em compita o nosso símbolo embora seja, mesmo assim, bastante lúcido quando em comparação com certos comentadores "isentos", gostaria, mas gostaria mesmo, que o nosso Clube tivesse ganho de outra forma.

Falando do jogo, porque ele existiu e ganhámos, embora a procissão ainda esteja no adro, sinto um Sporting CP motivado e com muita crença. Que foi ao mercado numa lógica de contratar pouco, mas de forma assertiva. Que tem igualmente na enorme legião de Sportinguistas - somos únicos no quando toca a unir - uma nova e gigantesca onda verde de apoio... numa lógica cada vez mais próxima do "onde vai um, vão todos".  

Uma certeza existe, a próxima "batalha" será já no próximo domingo, em casa, frente ao FC Famalicão. E teremos que fazer do nosso "santuário" uma muralha inexpugnável. Porque se já existiam motivos para nos unir, porque no Sporting CP, pese as divergências pontuais que possam existir, é sempre muito mais aquilo que nos une do que aquilo nos separa, a hora é de união e de combater os moralistas de pacotilha.

Os que vão querer fazer uma guerra de guerrilha contra o nosso Clube. E não, não sou o Calimero. Detesto é ser comido de cebolada. E sei  que os que deveriam estar calados, estão agora preparados para lançar a teoria do caos, querendo recordar este lance durante muito tempo, para que assim possam desviar o foco do essencial.

Para o fim, porque o desporto é sempre muito pouco quando se fala de saúde e de vida, fica o meu desejo de rápidas melhoras ao enorme Sportinguista e homem de Rio Maior, Silvino Sequeira. Força, Leão!

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FORMAR... EIS O SPORTING.

Avatar do autor PortugaLion, 14.07.23

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Somos, inquestionavelmente, um clube formador e cujo trajecto a este nível é inegável e reconhecido por todos. Temos sido até, sinais dos tempos, e fruto do reconhecimento desse trabalho de muitos anos, um Clube muito apelativo para os grandes "tubarões" do futebol mundial, cuja dimensão financeira acaba por levá-los para outras latitudes.

A imagem de marca do Sporting Clube de Portugal é desde sempre a de formar jogadores, num caminho iniciado ainda no tempo dos "pelados", sobretudo o que existia em frente à Porta 10-A do antigo estádio. De lá saíram para o plantel principal, e posteriormente para o estrangeiro grandes craques. Paulo Futre e Luís Figo terão sido o exemplo mais paradigmático de uma panóplia de craques que por lá passaram. Mais tarde outros, também numa fase da casa às costas antes da construção da Academia, com Cristiano Ronaldo − para mim o melhor de todos os tempos no futebol mundial − a ser a nossa bandeira. A bandeira de um dos melhores clubes formadores do mundo.

Sou essencialmente pouco dado às conquistas em idades precoces, entendendo, contudo, que formar a ganhar não deixa de ser interessante, sobretudo quanto ao adquirir hábitos de vitórias. Aprendi com grandes senhores do futebol juvenil do nosso Clube que o final da etapa formativa é que é primordial com a transição para a equipa principal. Tantos que parece que vão ser craques se perdem no processo formativo. Ao invés, outros que não o parecendo, fazem o processo inverso e dão um salto tremendo. O futebol de formação é sobretudo um caminho muito interessante e com inúmeras vicissitudes.

E por falar em salto tremendo, e no culminar desse trajecto com sucesso, olho para os jogadores ainda com idade de sub-19 que Rúben Amorim chamou para o estágio de pré-época da equipa principal. Falo de João Muniz e Afonso Moreira, estes pela primeira vez, a que se juntam Dário Essugo, Mateus Fernandes e Youssef Chermiti, que já são "veteranos" nessas chamadas. Dário Essugo foi mesmo, até hoje, o jogador mais jovem de sempre a jogar na nossa equipa principal no ano do último título.

Na selecção nacional de sub-19, cuja geração dourada de jogadores do nosso Clube é tão real quanto a garantia de um futuro que tem tudo para ser risonho, ainda temos Diogo Pinto, Gonçalo Esteves, Samuel Justo e Rodrigo Ribeiro. 

Agora resta trabalhar mais e melhor, porque a perfeição não existe, com o scouting a ter que ser determinante para esse factor. Mas no fim da etapa de formação ter nove jogadores a este nível − dez se contarmos com Martim Marques que rumou ao Lugano − é sinal de que algo está a ser feito e bem feito. 

Uma verdade irrefutável é que este caminho tem muitos anos. Não por acaso, no ano do título europeu, os "Aurélios", nome dado aos nossos "meninos" como homenagem a Aurélio Pereira, um nome incontornável da nossa formação − foram dez os campeões europeus made in Sporting (Rui Patrício, Cédric Soares, José Fonte, Adrien Silva, William Carvalho, João Mário, João Moutinho, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo e Nani) feito que explica a dimensão de um trabalho de excelência. 

Resta continuar. Formar está no nosso ADN! 

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A base do sucesso, na vida e no desporto, é decididamente saber que se pode almejar melhorar o que está bem, mas sobretudo manter o que nos tem feito ser, ao longo dos tempos, de uma bitola de excelência, porque num clube como o Sporting Clube de Portugal a base do sucesso está nessa mesma excelência, feita igualmente com o rigor de um trabalho hercúleo e exemplar.

E no caso de João Matos, o 'capitão', a alma-mater, a referência, o líder, o 'Rei Leão', entre tantos outros adjectivos elogiosos que poderia aqui estar durante muitos mais caracteres a qualificar este Homem, falamos mesmo de excelência e de um trabalho exemplar.

21 anos de Clube, mais concretamente 58,33 por cento do tempo dos seus 36 anos de vida, são os que leva ao serviço do Sporting CP. A renovação recente, de um casamento perfeito feito de um amor único entre as duas partes, é o corolário lógico de algo que um dia, marca indelével do tempo terá que acabar, como aliás todas as outras. Mas esta ainda vai durar o tempo suficiente para obter mais conquistas, estou certo − até porque, qual feito ímpar, já são 39 troféus com a chancela do Leão.

Além dessas mesmas conquistas, é garantida também a continuidade de uma referência do balneário, de uma voz de liderança, de alguém que tem apadrinhado a entrada de tantos jovens na equipa, que vêem nele um bastião do sucesso e cujos sábios conselhos, de quem subiu a corda da sua vida a pulso, e que percebe como poucos a marca identitária do nosso ADN, são determinantes para o seu crescimento. E tantos eles têm sido.

João Matos representa para todos nós, até porque é impossível ser indiferente a este Leão imenso, cujas conquistas são mais que muitas, e o querer ganhar continua a fazer parte do seu ser, de quem tem uma fome insaciável de querer conquistar ainda mais e mais. É esta a sua forma de estar. Aquela forma de estar de quem não ganha por acaso, até porque na vida nada acontece por acaso.

Tenho, como associado, uma estima incomensurável por João Matos, e naturalmente recebi com particular satisfação, extensiva a todos vós esta renovação.

Aquele que é uma extensão em campo do fantástico treinador Nuno Dias, continua de Leão ao peito nas quadras, porque no coração estará para sempre.

Gosto da continuidade de jogadores de sucesso e que dão o corpo e a alma pelo Clube. Gosto por isso de João Matos.

Outros no futsal e em mais modalidades continuarão a sua longevidade de Leão ao peito por via das suas renovações contratuais. Manter nas nossas fileiras as maiores referências é um passo importante para que se ganhe mais vezes. É com base nesta premissa que estaremos sempre mais perto de vencer.

A base do sucesso passa por mais continuidades como a de João Matos. Terá que ser por aí. E acredito que o será!

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Escrever no Jornal Sporting a cada aniversário do nosso grande amor, e já tive o privilégio de o fazer em algumas edições, é algo que, não o escondo, me faz sentir como de regresso à minha adolescência. Tempos em que faltava à escola e em que mentia aos meus pais, dizendo-lhes que ia para casa de amigos, mas que a generosa semanada por eles dada, era para ser gasta a ver o Sporting, fosse na modalidade que fosse.

É, pois, um aniversário especial, neste caso já lá vão 117 anos de uma vida intensa com tantos a caminhar a seu lado nunca o deixando só. Tão especial que é de algo que faz parte integrante e incondicional de mim − de nós. Que aprendi a amar em criança e jamais saiu do meu coração. E isto nos momentos bons − já vivi inúmeros, mas também, e obviamente, nos maus, que também aconteceram, e que me provocaram até, não o escondo, umas lágrimas de tristeza mas que, nunca por nunca ser, seriam motivo para ousar pensar em desistir desta causa que abracei, e que é de um amor que se entranhou em mim de forma tão vincada, que é difícil de explicar por palavras.

Como repetidamente o digo, ser do Sporting CP não se explica, sente-se. E é neste sentimento que temos todos que estar agradecidos àqueles dezanove rapazes de então que, sob o signo do Leão, e sob a batuta de José Alfredo Holtreman Roquette (José Alvalade), que seria o primeiro Sócio do nosso Clube, fundaram um Clube que o quiseram premonitoriamente grande, tão grande como os maiores da Europa.

E onde eles hoje estiverem estarão profundamente orgulhosos. Desde o dia em que fomos fundados, no já longínquo dia 1 de Julho de 1906, já tivemos grande figuras do desporto nacional e internacional a envergar o símbolo do Leão rampante. O desejo dos fundadores concretizou-se na plenitude. Somos mesmo tão grandes como os maiores da Europa, graças a um enorme Esforço, a uma fantástica Dedicação, e a uma Devoção sem paralelo, para que a Glória seja esta inevitável realidade que tanto nos orgulha.

Somos também um Clube que é o pioneiro de tanta coisa no desporto nacional e internacional. Que é das elites, mas obrigatoriamente também do povo. Que não diferencia, e tem uma massa adepta composta pelas mais diversas ideologias, raças ou credos. Que acolheu tantos e tantas atletas de renome mundial. Que tem tido ao longo dos tempos uma componente social que extravasa o plano meramente desportivo. Que é, em suma, um clube de dimensão planetária.

O Sporting Clube de Portugal é mesmo tanto, e ao longo dos tempos, ilustrado e representado pelo simbolismo desta célebre frase de Francisco Stromp: "Não é o Sporting que se orgulha do nosso valor. Nós é que nos devemos sentir honrados por ter esta camisola vestida".

Parabéns, Sporting Clube de Portugal!  🤜🦁🤛🍸🎉

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MARCAS PARA A VIDA

Avatar do autor PortugaLion, 07.06.23

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Se existe factor pelo qual o Sporting Clube de Portugal se tem distinguido ao longo dos tempos, é por deixar marcas que ficam para a vida nos profissionais que passam pelo nosso Clube. E falo desde portugueses a estrangeiros, e seja em que modalidade for. 

Entre os jogadores portugueses, e pela experiência própria de ter vivenciado como dirigente esse conhecimento, são vários os que, não sendo sportinguistas de berço, e chegando adeptos de outros clubes a Alvalade, saem com o Sporting CP no coração e com um orgulho infinito de ter servido o Clube e o símbolo do Leão rampante, que um dia foi também usado por Francisco Stromp, entre tantas outras figuras gradas do desporto português e internacional. 

E é esta fidelidade para uma vida, unida pelo símbolo do Leão, que nos torna um clube marcante pela diferença. De tantos episódios que poderia lembrar, de jogadores que por mais afastado que vá sendo o seu tempo a representar o nosso símbolo, cada vez que a ele se referem é sempre marcado pela saudade e pelo trato que receberam. E poderia, como disse, falar de tantos. 

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Mas hoje, até por ser tema actual, lembro a forma apaixonada como Carlos Ruesga, uma enorme referência do andebol mundial − que privilégio tivemos que tenha representado o nosso símbolo durante sete anos − ao despedir-se do Clube se referiu a ele como sendo o seu, de que garbosamente ostentou nas redes sociais o seu número de associado, a quem declarou mesmo amor eterno.

Para nós, Sportinguistas, a reciprocidade é latente e foi provada na bonita homenagem a ele prestada antes de se iniciar o jogo com o nosso eterno rival no 'João Rocha', com as claques a entoarem cânticos dedicados a ele, que além de títulos ganhos − ainda pode conquistar mais um no próximo fim-de-semana, nos honrou com a sua presença tantos anos em Alvalade. Marcou golos como só ele. Fez assistências para golo com uma chancela tão sua. Espalhou classe por onde passou. Um jogador muito respeitado por todos. Já sinto saudades dele e ainda não abandonou. Um privilégio não só ser nosso jogador, como a forma sentida como a nós se referiu na despedida. Será para sempre um dos nossos.

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E por falar em nossos. E estes são do berço. Que bonita a forma como o Sporting CP dedicou o Dia dos Irmãos nas redes sociais, ilustrando-o com uma foto dos irmãos Bernardo e Tomás Paçó, ainda bem meninos, equipados com as nossas cores em festejo Leonino.

Tanto 'à Sporting' foi também a homenagem que o Clube, porque tem memória, fez a Pedro Cary, no final do jogo da meia-final do play-off ante o Leões de Porto Salvo. Saber reconhecer é nobre. E esse é o nosso apanágio. Obrigado por tudo, Pedro Cary, foram épicos, feitos de conquistas e valores humanos, os nove anos e 386 jogos de Leão ao peito. 

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É tanto por isto que primamos pela diferença. Somos um Clube que deixa marcas para a vida! 

 

 

 

 

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Na recente e tão arrebatadora homenagem realizada ao eterno capitão, senti um Manuel Fernandes muito mais magro, num emagrecimento abrupto e com um rosto que indiciava algo estar mal consigo.

A última vez que estive com ele pessoalmente foi em Parambos, onde recebeu mais um dos seus inúmeros "banhos Leoninos", para mais numa localidade onde o Sporting é uma 'religião' para aquelas gentes transmontanas de boa cepa, e ele, o 'Manel', uma referência como, aliás, o é para todos nós, e transversal às mais diversas localidades onde existirem Sportinguistas.

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Quando se soube que o "capitão" estava doente, o universo Leonino − e não só, porque é também muito estimado noutros quadrantes clubistas − acto contínuo, desde as redes sociais ao mundo real, entrou em alarme. Isto porque temos memória e temos história. Porque somos gratos a quem nos fez feliz. Porque o Manuel Fernandes é, indubitavelmente, especial nos nossos corações.

Já o disse noutras ocasiões que ele, entre outros, forrava as paredes do meu quarto de criança cheio de posters. Ter tido o privilégio de com ele ter privado, poucas vezes aliás para aquelas que gostaria de ter estado, porque é realmente contagiante ouvir o nosso "capitão", que respira Sporting por cada poro, que tem sempre uma palavra genuína para quem o aborda e com aquela simplicidade de quem nasceu numa família humilde, mas de valores, em Sarilhos Pequenos, localidade de que tanto se orgulha de ter nascido.

O nosso "capitão". O nosso "eterno capitão" está a passar por um período menos bom de saúde que seguramente vai contornar. Como contornava os opositores que lhe apareciam pela frente. Com uma mestria feita de uma qualidade invulgar. Com a sagacidade com que lutava por cada bola como se fosse a última da sua vida. Correndo para a recuperação com a facilidade com que chegava a cada golo, e tantos eles foram de Leão ao peito.

Quando Manuel Fernandes está menos bem, olhamos para ele como se fosse um familiar. Porque somos a imensa família Leonina que estima os seus e é reconhecida como poucas. Porque somos gratos a esta referência da nossa História. Porque se o Manuel estiver doente, até o Leão derrama uma lágrima marota.

Força, Manuel Fernandes, precisamos tanto de ti. És inquebrável. És um Leão que só se curva para beijar o símbolo. Vais marcar mais um golo, como aqueles quatro que marcaste naquela inesquecível tarde de 14 de Dezembro de 1986 ao "eterno rival". Só que desta vez a tua filha não se importará e a bola fica para ti. A bola da vida. Que ainda será seguramente longa, e plena de saúde, para viveres como só tu o sabes o teu e o nosso grande amor. O Sporting Clube de Portugal!

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ACREDITAR EM DIAS MELHORES por Juvenal Carvalho

Avatar do autor PortugaLion, 26.05.23

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Independentemente do momento, da classificação, da jornada, do maior ou menor interesse competitivo, o 'dérbi eterno' mexe comigo. E no domingo, na lógica do sentimento, que melhor factor motivacional haveria de existir, antes do jogo, do que ver irromper pelo relvado de Alvalade homens que tanta história fizeram de Leão ao peito.
 
Ver Manuel Fernandes − que bonita a homenagem ao eterno 'capitão' que esteve 12 épocas de Leão ao peito com 433 jogos realizados e 257 golos marcados −, Hilário da Conceição, Oceano, Daniel Carriço, António Oliveira, Pedro Barbosa, Carlos Xavier, Iordanov, Nogueira, Freire, Litos, Nani e Francisco Barão, todos eles antigos capitães, na 'casa' onde foram e nos fizeram felizes, parecia vir a prenunciar uma grande noite para o Sporting Clube de Portugal.
 
E seria sob o signo do Leão que o jogo se iniciou. Pela honra e pela dignidade joga-se sempre, e a primeira parte foi mesmo de gala. Dois golos de vantagem e mais um ou outro que poderia ter ampliado o score, levaram para o intervalo um Leão confiante e que parecia estar vocacionado para uma noite fantástica. Mas não, como o nosso treinador Rúben Amorim, sempre na lógica do nós, e nunca fugindo às suas responsabilidades, foi aludindo ao longo da época, voltámos a ser bipolares ou a repetir o 8 ou o 80.
 
Para o segundo tempo surgiu um Sporting estranhamente ansioso, a perder bolas sem qualquer pressão, e também sem o instinto matador do primeiro tempo. Para o fim, na minha opinião, por linhas tortas, por ter sido num lance precedido de irregularidade, fugiu-nos a vitória. Aquela que, não escondendo nada de uma época pouco conseguida, seria uma vitória pela Honra... uma vitória que todos nós tanto gostamos de obter. Seria cínico − não está na minha lista de defeitos − dizer que não é ao clube a quem mais gosto de ganhar. Que seria até frustrante − salvou-se o que não desejávamos − assistir aos festejos do eterno rival na nossa casa. Não vivo, contudo, de traumas e de ódios fúteis. São só mesmo o rival de todos os tempos, e numa expressão tão antiga, gosto de lhes ganhar até ao berlinde.
 
Mas indo ao âmago da época, está consumado o quarto lugar e o ficar de fora da Champions League na próxima época. Logo foi frustrante. Logo longe dos desígnios a que nos propomos época após época.
Agora, resta sermos dignos em Vizela e ganhar. Ganhar pelo símbolo e pelos adeptos. Ganhar porque tem que ser essa a nossa missão em toda e qualquer circunstância.
 
Depois, o tempo é de preparar bem a próxima época. Gosto pouco da expressão fazer mais com menos. Tenho apenas a convicção que temos que ser ainda mais assertivos e eu acredito que vamos ser. Que temos que contratar melhor preenchendo lacunas evidentes, eu também acredito que o vamos fazer. Sou dos que acredito ainda que o caminho com Rúben Amorim será o caminho do sucesso. E não são as minhas lentes verdes a fazer-me pensar nisso. Acredito mesmo num virar de página com efeitos imediatos.
 
Ser do Sporting Clube de Portugal é não omitir o que está mal − nunca o farei a bem da minha honestidade intelectual − mas também, e sempre, acreditar em dias melhores. E eu acredito!

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