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Conversas Leoninas

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

O sorriso de Ruben Amorim (POSTAL DO DIA de LO de 19 de Dez 23)

Avatar do autor PortugaLion, 21.12.23

Rúben Amorim é sem dúvida uma grande lufada de ar fresco no bafiento futebol português. Tomara que fique muitos anos no projeto do futebol do Sporting, muito assente nas suas ideias e dinâmicas.
Há dores de crescimento mas ainda assim, penso com convicção que é o homem ideal para o lugar que ocupa no clube dos Leões.
 
Um agradecimento ao grande Luis Osório pelo seu fair play, simpatia e elevação, sendo ele  benfiquista (e não lampião). Não há sportinguista algum que não tenha apreço pelo que escreve sobre assuntos ligados ao clube leonino. Já os Opositores da atual direção são outra conversa, até porque têm comportamentos que nada têm a ver com os valores que o Sporting defende com garra de leão. São uns sapudos formatados por um fulano que presidiu o Sporting quase o detruindo e que deixou uma seita diabólica como herança.
Vamos ao postal então: 

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1.

É muito impressionante quando aparece alguém assim.

Alguém que no momento em que começa a falar, no momento em que sorri para jornalistas habituados a gente que faz cara feia, no momento em que responde às perguntas (mesmo as mais difíceis) com a naturalidade das coisas que são verdadeiramente simples, não nos trata como se fossemos inferiores, ignorantes ou adereços.
Ruben Amorim apareceu e percebeu-se logo que não era, que não é, como a maioria dos outros.
Pela confiança que transparece no modo como olha, como nos fala, como comunica com o mundo, como convence os seus jogadores que a vida não se pode viver com mais medo do que esperança.
Pelo modo seguro como parece encarar a vida – sem dar muita importância ao que não tem importância, sem carregar o mundo às costas, sem ter de tratar mal alguém ou sacudir a “água do capote” como as nossas avós diziam.
 
2.
 
Ruben é o maior arquiteto deste Sporting, verdadeiro candidato ao título.
O Sporting que se impôs ontem claramente ao FC. Porto.
Poucos acreditariam ser possível, mas ele no primeiro dia devolveu a pergunta que lhe fizeram com um “e se”?
“E se” quis saber Ruben na sua apresentação.
E se o Sporting ganhar?
E se, ao contrário do que vocês estão a pensar, o Sporting conquistar o campeonato ao fim de quase 20 anos?
Ninguém acreditava, apenas ele e Frederico Varandas que, contra a opinião de muitos dos seus pares, arriscou tudo na sua contratação, arriscou o dinheiro que não tinha, dez milhões de euros.
O tudo ou o nada.
Foi o tudo,
Há pessoas assim. Capazes de pela força da sua confiança passar coisas boas aos outros, fazê-los crer na possibilidade de o impossível poder deixar de o ser se todos acreditarem ao mesmo tempo.
 
3.
 
Ruben tem mau feitio, não é um santinho.
No campo, quando as coisas não correm bem, protesta, indigna-se e é muitas vezes expulso. E foi muitas vezes expulso – bem ou mal, não interessa.
Mas depois diz o que tem a dizer e não se desculpa – “sou um mau exemplo” confessava ele há uns dias, “não tenho moral para falar” continuou ele sempre com o sorriso que desarma, o sorriso com que coloca cada coisa no seu lugar, cada pessoa no seu lugar.
 
4.
 
Ruben Amorim tem menos de 40 anos.
Foi jogador, é treinador e sempre me pareceu ser diferente.
Estou um bocadinho farto do que é negativo, dos que insistem em ver as coisas sempre pelo lado negro, dos ressentidos, dos que regam as sombras.
Por isso escrevo este texto.
Ruben ensinou-nos, mesmo aos que não gostam de futebol, e mesmo aos que não são do Sporting (como eu) que vale a pena acreditar nas possibilidades que a vida nos coloca no caminho. Que vale a pena acreditar que é possível virar tudo do avesso e convocar o espanto. Que vale a pena viver com um sorriso que é o modo mais eficaz de esconjurar invejas e ervas daninhas.
Muitos parabéns, Ruben.
Sinceramente.
LO

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Octávio Machado é o pior do futebol

Avatar do autor PortugaLion, 26.05.23

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1.

Há muitos programas de debate futebolístico.

Todos os canais promovem painéis que discutem ao pormenor cada frase, cada fora de jogo, cada penalty, cada pequena, média ou grande polémica. Há debates com gente que percebe de futebol, mas há painéis com gente que só percebe de bola.

Há os civilizados e os bárbaros.
Os fanáticos e os independentes.
Os conspirativos e os racionais.
Os políticos e os equilibristas.
De há uns anos a esta parte os mais variados projetos de comunicação privilegiam adeptos dos clubes ou ex-futebolistas que saibam representar o Benfica, o FC. Porto e o Sporting.
 
Por mim, nada contra.
 
2.
Mas se podemos encontrar os mais variados perfis, o que me satisfaz e facilita a escolha, só conseguimos encontrar um Octávio Machado.
Foi jogador de futebol e treinador de referência de um certo futebol português. Nesses tempos em que foi adjunto de Artur Jorge no FC. Porto e treinador principal no Sporting, era tão popular que chegou a ter um boneco no Contra Informação, aí era o Octávio Malvado.
 
Octávio Machado é um dos principais comentadores na CMTV. Normalmente vemo-lo ao domingo e é espantoso o modo como consegue ser tão desagradável, tão perverso e tão incendiário, o que é extraordinário tendo em conta que é presidente dos Bombeiros de Palmela há mais de vinte anos.
 
3.
No fabuloso Gangs of New York, Daniel Day Lewis compõe um personagem que fica para a história. Num mundo em mudança, Billy the Butcher" é o herói de uma época em decadência, um homem desajustado que continua a reger-se pelos padrões que conhece.
Um pouco injusta a comparação.
Porque "Billy the Butcher" é o símbolo de uma América de foras-da-lei que não se consegue adaptar ao progresso económico e a um novo mundo com linhas-de-ferro e comboios cobertos de oportunidades. Mas é grande como a América sempre foi.
 
Já Octávio Machado é apenas o símbolo de um futebol português feito de bufos, controleiros, esquemas e trapaças.
 
Ouvi-lo não me faz ter saudades do antigamente, o que me deixa contente. É que os anos me vão passando e começo a ter nostalgia de tudo - do Dartacão ao inspetor Corrado Cattani, da pasta medicinal Couto ao Vic Vaporub, do Fiat 127 ao Tony de Matos, do Verão Azul aos Jogos sem Fronteiras, do TV-Rural ao grande Vasco Granja.
Mas não tenho saudades do que era o futebol português.
Que ainda assim deve ter os seus apoiantes pois Octávio Machado lá continua todos os domingos a espalhar azedume, maus fígados e teses conspirativas.
 
4.
Parece carregar o peso do mundo aos ombros, está sempre chateado, sempre a olhar de lado, sempre a dar de si a imagem que sabe qualquer coisa que nós não sabemos, que há sempre interesses escondidos por baixo do pano.
De vez em quando fica muito calado e sorri.
Faz caixinha.
E espera que a pivot lhe pergunte qualquer coisa para então, como se fosse um senador da República, perorar sobre o futebol e as golpadas que ele sabe estarem a ser preparadas.
 
Noutras vezes diz coisas que não percebemos, que ninguém percebe, mas que servem para adensar qualquer mistério, qualquer suspeição, qualquer recado.
E também gosta de se fazer de sonso.
No programa do passado domingo afirmou esperar que ninguém ponha em causa os profissionais do Santa Clara que vão jogar contra o Benfica na última jornada...
... com isso é o primeiro a lançar a suspeição, o primeiro a lançar uma pedra e a esconder a mão.
 
5.
Não conheço, com pena minha, Rodolfo Reis.
Ou Manuel Fernandes que ontem foi muito justamente homenageado no Estádio de Alvalade.
Também eles corporizam o futebol de ou outro tempo.
E também eles são ou foram comentadores televisivos.
Mas há duas diferenças enormes: é que Rodolfo tem um enorme sentido de humor e Manuel Fernandes um enorme sentido de companheirismo e amizade. Mesmo quando são mauzinhos, há uma ética de "homens do futebol" que os faz continuar vivos e respeitados - mesmo por quem não concorda com eles.
E confesso-te que perdoo tudo aos que têm humor ou aos que gostam de gostar dos outros, aos que são boas pessoas.
 
Octávio Machado não tem sentido de humor.
E o seu olhar é incapaz de qualquer ternura.
Não gosto quando ele me entra em casa ao domingo.
Mas o problema deve ser meu.
LO

POSTAL DO DIA - Rúben Amorim não é o novo Mourinho - por L.O.

Avatar do autor PortugaLion, 19.03.23

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1.
O Sporting foi ontem uma equipa enorme.
Contra a arrogância e contra a ideia de que há impossíveis, eliminou o Arsenal e foi épico o golo de Pote e toda e a exibição feita de coragem do Sporting.
Permite-me destacar, mais do que o virtuosismo dos jogadores a inteligência e enorme capacidade de Rúben Amorim.
 
Ele não é o novo Mourinho ou outra coisa qualquer, sei sim que é único, sei que o seu discurso é só dele, que a sua capacidade de fazer acreditar, de descomplicar discursos, de lutar contra as marés adversas é extraordinariamente eficaz.
E sei que os adeptos sportinguistas, apesar de Rúben ter tido muitas dificuldades nesta época e na época passada, não o trocariam por nenhum outro treinador.
O que é obra.
Regra geral, quando não se ganha os treinadores são os primeiros a ser questionados. Com Rúben, isso raramente aconteceu.
Por alguma coisa será.
 
2.
E é muito impressionante quando aparece alguém assim.
Alguém que no momento em que começa a falar, no momento em que sorri para jornalistas habituados a gente que faz cara feia, no momento em que responde às perguntas (mesmo as mais difíceis) com a naturalidade das coisas que são verdadeiramente simples, não nos trata como se fossemos inferiores, ignorantes ou adereços.
 
Rúben Amorim apareceu e percebeu-se logo que não era, que não é, como a maioria dos outros.
Pela confiança que transparece no modo como olha, como nos fala, como comunica com o mundo, como convence os seus jogadores que a vida não se pode viver com mais medo do que esperança.
Pelo modo seguro como parece encarar a vida – sem dar muita importância ao que não tem importância, sem carregar o mundo às costas, sem ter de tratar mal alguém ou sacudir a “água do capote” como as nossas avós diziam.
 
3.
Há pessoas assim. Capazes de pela força da sua confiança passar coisas boas aos outros, fazê-los crer na possibilidade de o impossível poder deixar de o ser se todos acreditarem ao mesmo tempo.
Rúben tem mau feitio, não é um santinho.
No campo, quando as coisas não correm bem, protesta, indigna-se e já foi muitas vezes expulso – bem ou mal, não interessa.
 
Mas depois diz o que tem a dizer e não se desculpa – “sou um mau exemplo” chegou a confessar na época passada ou “não tenho moral para falar” continuou ele sempre com o sorriso que desarma, o sorriso com que coloca cada coisa no seu lugar, cada pessoa no seu lugar.
Rúben Amorim tem menos de 40 anos.
Foi jogador, é treinador e sempre me pareceu ser diferente.
 
Estou um bocadinho farto do que é negativo, dos que insistem em ver as coisas sempre pelo lado negro, dos ressentidos, dos que regam as sombras.
Por isso dedico-lhe este postal.
 
Rúben ensinou-nos, mesmo aos que não gostam de futebol, e mesmo aos que não são do Sporting (como eu) que vale a pena acreditar nas possibilidades que a vida nos coloca no caminho.
Que vale a pena acreditar que é possível virar tudo do avesso e convocar o espanto, mesmo que seja nos penalties. Que vale a pena viver com um sorriso que é o modo mais eficaz de esconjurar invejas e ervas daninhas.
 
Muitos parabéns, Rúben.
 
Sinceramente
LO
 
 Obrigado senhor Luis Osório pelo seu fair play
PL 

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! (Off Topic)

Avatar do autor PortugaLion, 02.10.22

Taremi está a arriscar a vida – não me falem de penaltis

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1. Por estes dias, um jogador iraniano do FC. Porto tem ocupado as primeiras páginas do jornalismo.

Horas de debates televisivos a discutir sobre se Taremi é ou não um ladrão de penalties.
O presidente da Câmara do Porto chamou idiota a um repórter por este ter ousado fazer uma pergunta ao jogador.
Sérgio Conceição recusou-se a prestar declarações em solidariedade com a perseguição mediática a Taremi.
Nas redes sociais marcaram-se duelos e sessões de cabeçada ao nascer do Sol. Há alucinados à beirinha de um colapso nervoso, de um enfarte ou de um AVC por causa de Taremi – uns porque mergulha e engana os árbitros, outros por estar a ser perseguido por malandros que desejam o mal do Porto.
 
2. Para muitos, o futebol é uma questão de vida ou de morte.
Mas para Taremi há coisas um bocadinho mais importantes.
O respeito pela vida humana.
A coragem de respeitar a sua consciência.
O valor da solidariedade.
Sim, Taremi tornou-se uma bandeira no protesto contra a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos, espancada às mãos da tenebrosa “polícia da moralidade”.
A rapariga curda cometera um crime terrível: tinha o seu véu islâmico malposto em plena rua. Foi por isso levada para um qualquer lugar e ficou em coma durante três dias.
Amini resistiu três dias.
E após a sua morte as ruas do Irão encheram-se de mulheres em protesto contra um Estado demencial, contra o modo indigno como são tratadas.
Nos protestos morreram mais de trinta pessoas. O regime iraniano, o regime dos “Ayatollah’s”, reprimiu as manifestações.
E tem ameaçado de prisão.
Tem ameaçado de tortura.
Tem ameaçado de morte quem se revolta.
 
3. Taremi, estrela maior do futebol iraniano, figura amada pelo povo persa, podia estar calado e não fazer comentários, mas não.
Sabendo os riscos que pode correr, sabendo das ameaças à sua própria família, Taremi quis ainda assim prestar solidariedade para com as mulheres do Irão e para com a morte da jovem Amini.
Na sua página de Instagram trocou a sua fotografia por uma imagem do território iraniano coberto de negro.
Influenciou com sucesso outros jogadores a seguirem-lhe o exemplo.
E já antes, no jogo com o Estoril, usara um punho negro em sinal de luto.
 
4. Alguns que me ouvem ou leem sabem que sou do Benfica.
Um bocadinho doente, confesso.
Entusiasmado com esta época, admito.
Mas não me venham falar dos mergulhos de Taremi - quero lá saber se se faz ao penalty ou não.
O que sei, o que tenho a certeza, é que Taremi é uma pessoa enorme, um homem com uma coragem e uma retidão de princípios que o distingue da maioria.
É muito fácil abrirmos a boca e dizermos umas coisas.
O difícil é arriscar a vida em nome de uma consciência de bem, de uma espinha direita.
Arriscar a vida.
Não ceder às ameaças.
Poder deixar de jogar na seleção, poder colocar em causa a sua família mais próxima, poder ser preso.
 
5. Taremi sabe que tudo isso passou a ser uma possibilidade.
Porque ele não é um anónimo que se revolta numa rua de Teerão. Ele é uma estrela e um dos mais amados iranianos.
O que ele diz tem consequências.
É por isso que ao defender a jovem Amini, ao atacar a repressão do governo do seu país e a cegueira moral dos “Ayatollah’s”, Taremi sabe que está a arriscar no limite a sua própria vida.
Não me falem de piscinas ou de penaltis.
Ele está para lá disso – Taremi é um homem exemplar, uma pessoa inteira e admirável.
 
LO
 
 

POSTAL DO DIA de Luis Osório

Avatar do autor PortugaLion, 30.08.22

A criança sportinguista que chorou no último jogo

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1.
Vi-te a chorar no último sábado à noite.
Não sei o teu nome, imagino que tenhas uns 12 anos, que jogues nos iniciados ou infantis do Sporting, imagino que gostes muito de futebol e sei que a tua vida está no inicio – ao contrário da minha.
Faltavam 10 minutos para acabar o jogo e tu apareceste na imagem com as lágrimas a cair pela cara. O teu Sporting estava a perder e podia atrasar-se num campeonato que ainda agora começou.
 
2.
Naqueles poucos segundos em que a imagem parou em ti, baixaste a cabeça e voltaste a levantá-la. Por um lado, uma tristeza grande, por outro, a esperança de que ainda poderia acontecer um milagre que tudo salvasse.
No Estádio ouvia-se gente furiosa.
Como nos outros campos em que as coisas não correm bem a quem está a perder.
Gente furiosa que parece ter as asneiras debaixo da língua e a raiva sempre a explodir.
Gente fanática com a sua própria vida que extravasa no futebol o que lhes fica “entalado” na garganta com o ressentimento que trazem. Ou então gente que sabe ser ali que tudo pode ser dito sem consequências – como algumas pessoas naquilo que escrevem nas redes sociais.
Só que depois vemos a tua imagem e reconciliamo-nos com o desporto em que todos os dias se ganha e se perde – tal e qual como na vida que ainda não conheces muito bem.
Reconciliamo-nos com a maravilha de podermos chorar sem mais nada. Uma tristeza de criança que nos molda para sempre por ser feita de sonho e eternidade.
 
3.
Nem sequer sei o teu nome.
És sportinguista.
E o teu coração ficou muito triste no sábado.
Como o de tantas crianças do F.C. Porto ontem ou de muitas que irão chorar quando o Benfica perder.
Como eu chorei – acreditas?
Sou benfiquista.
Tinha 10 anos quando fui com o meu tio ao futebol ver um jogo da “Liga dos Campeões” com o Liverpool.
Estava a chover muito.
E eu com tanta esperança. Ainda me lembro de ter corrido as escadas quando o tio Manel apitou para que descesse. Recordo a viagem de carro com o primo Nuno, as conversas, a excitação do antigo Estádio da Luz cheio.
Um temporal do caraças, mas acreditas que só dei pela chuva com os golos do Liverpool? Quatro a um, impossível de esquecer.
Não aguentei.
Tentei, mas não deu para me aguentar.
Chorei muito.
E quando me deitei, duas horas depois, ainda chorava.
 
4.
Entendo bem as tuas lágrimas.
O teu sofrimento que te veio de dentro.
Vou dar-te uma má notícia: com o tempo chorarás de outra maneira.
E acredita que é uma pena.
Um dia dar-me-ás razão.
Os anos passam e mudam-nos.
Continuamos a ganhar e a ser derrotados, mas perdemos a capacidade que tu mostraste ainda ter.
As tuas lágrimas são o mais puro que vi nestes últimos dias. Sabem a infância e obrigaram-me a recuar até aos anos em que também fui capaz de chorar sem ter medo do mundo e do julgamento dos outros.
Um abraço, miúdo.
Um forte abraço deste teu amigo benfiquista.
 
LO