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Quando nós jogávamos no Manchester, uma das coisas que identificava o clube era que, tu podias estar a perder 3-0 a faltar 15 minutos, 10 minutos, para acabar um jogo e era ali que tu vias o que é que significa força. Já não é talento. Já não é nada, é empurrar a bola para dentro da baliza. É meteres a bola cá em cima sim e empurrar a bola para dentro da baliza. Nós fazíamos isso, nós fazíamos o que era necessário.
Agora, tu quando vês o Manchester a jogar, eu sou do Manchester, sou do Manchester mesmo! Eu e o meu filho, aqui a gente quase que chora quando estamos a ver os jogos e ficamos mesmo chateados quando perde.
Quando tu vês o Manchester a jogar, tu vês um monte de talento, se calhar mais talento do que no nosso tempo, em termos de técnica e são todos dotados tecnicamente. Mas quando tu ficas a ver o jogo, tu vês... não há um espírito de sacrifício, não há aquela garra, aquela vontade, não há aquele jogador que diz: “É para ganhar...é para ir com a bola, para meter a bola lá dentro”.
E tu vês os jogadores que um dia jogam, quando deixam jogar, quando não te deixam jogar, tu ficas encostado no cantinho, não é? Não existia. Eu era extremo, saía cheio de dores porque levava porrada nos tornozelos e eu dava porrada. E então nós ficávamos no jogo... havia alturas no jogo que era para marcar território, não é? Tipo, para ver quem é que saía primeiro na luta, ali forte, quem é que aguentava primeiro e depois quem aguentava era quem jogava. Estás a entender?
Jogador que é jogador, que é craque, está lá no Manchester... tem que desbloquear jogo, se não desbloquear não dá.
Se o Bruno Fernandes não estivesse a jogar bem, também rasgava logo, mas eu não sou de rasgar. Não sou de rasgar jogadores. Não sou. Mas por exemplo o espírito de sacrifício que ele mete em jogo, ele mete. Nós vemos. Ele esforça-se, dá o litro e contribui. Só que há muitos que não acompanham."
Via: Podcast de Pedro Pinto