As minhas notas acerca da vitória na Dinamarca frente ao Midtjylland no playoff da Liga Europa.
PortugaLion, 24.02.23
1. Extremos.
Não dá para encontrar lógica nesta época. Resultado muito melhor que a exibição, em jogo em que a sorte sorriu muitas vezes. Preciso de ir além da confluência cósmica. Ficou o mais importante.
2. O 4-4-2 de Rúben Amorim.
Surpresas no 11 e na estratégia, com Inácio posicionado muito próximo da linha para rondar Isaksen; Morita e Ugarte paralelos e Pedro Gonçalves atrás de Paulinho. Estratégia passava por ganhar confiança com bola, explorar o corredor contrário e 1x1 de Arthur.
3. O 4-3-3 de Albert Capellas.
Midtjylland com estratégia semelhante à que utlizou em Alvalade mas ousando mais, colocando mais 1 homem na pressão à última linha do Sporting. Agressividade em zonas altas, com 3x3 atrás. Vertical na procura das alas quando recuperava.
4. Desconforto.
Como em Alvalade, o Sporting deu-se mal com a pressão e a agressividade do rival. Querer fazer as coisas depressa e bem é difícil, mas devagar e bem é impossível. E quando assim é, o desconforto que se gera é o conforto que se dá à estratégia do rival.
5. Um adversário diferente.
Superioridade técnica de pouco vale se não houver velocidade na execução, intensidade nos duelos, etc. Mas é fácil desvalorizar a dificuldade criada por este rival, quando o jogo está “aberto”. Tem um jogo muito físico, uma intensidade que pouco se vê em Portugal.
6. A sorte do jogo.
Da mesma forma que o Sporting praticamente não competiu com o Marselha, hoje (como o Guimarães em Alvalade) depois da expulsão, só com um milagre o Midtjylland poderia reentrar no jogo. Não há grande mérito do Sporting no que aconteceu, mas aconteceu e permite reflectir sobre o passado.
7. Continuamos a precisar dos teus golos Seba.
Na semana passada disse que o Sporting jogava suficiente para merecer um pouco mais de sorte e acerto nas bolas paradas. Está à vista como é importante desbloquear jogos, quando falta qualidade e confiança.
8. Respirar.
Julgo que parte da desinspiração colectiva se deve a uma desadequada compreensão das dificuldades e qualidades ds rivais. O nervosismo gerado para não se ser capaz de fazer o que se fez, também contra adversários mais fortes, deve-se à tal falta de confiança, mas aprendeu-se algo.
9. Gonçalo Inácio.
Pode ter jogado feio e atabalhoado por vezes, mas sendo do seu lado que havia o maior perigo vindo do rival, o seu regresso à lateral - depois de tantos anos - foi marcado pela lucidez e sobriedade. Simplicidade, duelos ganhos, o jogador que mais sobressaiu esta noite, na minha opinião.
10. Em suma.
Um jogo de enorme carga emocional para o que os jogadores tinham vivido há uma semana. Uma vitória por números exagerados e que não reflecte a dificuldade do jogo, mas com a possibilidade de estar calmo durante 45min. Segue-se o jogo mais importante da temporada.
Noite feliz e triunfo justo para o Sporting, que HOJE (24/02/2023) irá conhecer o adversário dos oitavos de final da competição.