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Conversas Leoninas

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

Internacional: Nani sobre o momento do Manchester United

Avatar do autor PortugaLion, 04.11.23

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 Quando nós jogávamos no Manchester, uma das coisas que identificava o clube era que, tu podias estar a perder 3-0 a faltar 15 minutos, 10 minutos, para acabar um jogo e era ali que tu vias o que é que significa força. Já não é talento. Já não é nada, é empurrar a bola para dentro da baliza. É meteres a bola cá em cima sim e empurrar a bola para dentro da baliza. Nós fazíamos isso, nós fazíamos o que era necessário.
 
Agora, tu quando vês o Manchester a jogar, eu sou do Manchester, sou do Manchester mesmo! Eu e o meu filho, aqui a gente quase que chora quando estamos a ver os jogos e ficamos mesmo chateados quando perde.
 
Quando tu vês o Manchester a jogar, tu vês um monte de talento, se calhar mais talento do que no nosso tempo, em termos de técnica e são todos dotados tecnicamente. Mas quando tu ficas a ver o jogo, tu vês... não há um espírito de sacrifício, não há aquela garra, aquela vontade, não há aquele jogador que diz: “É para ganhar...é para ir com a bola, para meter a bola lá dentro”.
 
E tu vês os jogadores que um dia jogam, quando deixam jogar, quando não te deixam jogar, tu ficas encostado no cantinho, não é? Não existia. Eu era extremo, saía cheio de dores porque levava porrada nos tornozelos e eu dava porrada. E então nós ficávamos no jogo... havia alturas no jogo que era para marcar território, não é? Tipo, para ver quem é que saía primeiro na luta, ali forte, quem é que aguentava primeiro e depois quem aguentava era quem jogava. Estás a entender?
 
Jogador que é jogador, que é craque, está lá no Manchester... tem que desbloquear jogo, se não desbloquear não dá.
Se o Bruno Fernandes não estivesse a jogar bem, também rasgava logo, mas eu não sou de rasgar. Não sou de rasgar jogadores. Não sou. Mas por exemplo o espírito de sacrifício que ele mete em jogo, ele mete. Nós vemos. Ele esforça-se, dá o litro e contribui. Só que há muitos que não acompanham."
 
Via: Podcast de Pedro Pinto

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Volvidas duas jornadas do campeonato nacional de futebol, o Sporting Clube de Portugal segue na frente, com duas vitórias seguidas. Embora dois jogos sejam pouco para avaliar o que será a nossa época, há muitos sinais de que estamos a contruir uma equipa mais forte e, especialmente, mais concretizadora. Não se julgue que defrontámos até agora conjuntos facilmente acessíveis. Tanto o FC Vizela como o Casa Pia AC apresentaram-se aguerridos e com jogadores de valia, pelo que foram dois desafios que serviram para avaliar o que será o Sporting CP no futuro.

O que mais se destaca é, sem dúvida, a forma como Gyökeres veio revolucionar o ataque Leonino. O avançado sueco pegou de estaca e esteve envolvido nos cinco golos que marcámos no campeonato. Apontou os dois primeiros, contra o FC Vizela, em jogadas de grande apuro técnico que fizeram a delícia dos adeptos Leoninos, e ajudou Paulinho a marcar os outros três, um perante o mesmo FC Vizela e os restantes defronte o Casa Pia AC. Gyökeres é um jogador raro por conjugar o seu poderio físico com a facilidade com que se movimenta na grande área adversária. A sua capacidade de recepção é notória, fazendo com que a equipa coloque muito mais bolas no último terço do terreno. Jogando com Paulinho, com quem já se mostra entrosado, ou com outros homens na dianteira do ataque do Sporting CP, é garantia de acutilância ofensiva e, acima de tudo, golos. Gyökeres liberta Paulinho para um jogo mais solto e capaz de surpreender os adversários. Os três golos marcados por Paulinho assim o demonstram. Em apoio ao sueco, descaído à esquerda, ou deambulando pelo centro da grande área adversária, Paulinho promete continuar a marcar e a ajudar a marcar.

Se no ataque temos uma nova dinâmica, também temos uma equipa bem construída no resto do terreno. Diomande evolui com um jogo atento nas dobras e, a ver por uma jogada no final contra o Casa Pia AC, pode até marcar golos de cabeça. Gonçalo Inácio continua a defender com competência e a somar fabulosos passes de longa distância. Hjulmand deixa antever muita qualidade. Daniel Bragança, com o seu futebol pausado, tem tudo para ser o centro de gravidade do meio-campo Leonino. De resto, Pote, Nuno Santos, Trincão e Edwards, caminhando para a melhor forma, darão muitas e versáteis soluções. É uma equipa ainda em construção, mas que já demonstra a consistência que dá grandes alegrias a Sócios e adeptos.

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Inequívoco. O primeiro golo do Sporting CP, obtido por Paulinho ao terceiro minuto do jogo ante o Casa Pia AC, não deveria ter sido validado, porque o mesmo foi ferido de legalidade, mesmo que por escassos nove centímetros. Que existiu o erro de análise do VAR, foi factual. Tão factual, como o mesmo VAR não ter tido qualquer intervenção num penálti escandaloso que ficou por marcar sobre Marcus Edwards. Mas isso, para os do costume, não interessou para nada.

Rúben Amorim, como sempre, chegado à sala de imprensa, e porque sabe estar no futebol e na vida, ao contrário de outros por outras paragens, foi célere a falar no erro e a assumir a realidade do mesmo, não fugindo ao tema do benefício. Dito assim, usar esta palavra para o nosso Clube, é algo tão estranho quanto quase inédito. Que de tão inédito, fez com que as virgens ofendidas, aquelas que "mamam da teta" desde sempre, e que sem pudor algum, tantas vezes omitindo os escândalos, vêem os clubes de que são adeptos ganhar com tantos e tantos casos, que os deveriam fazer corar de vergonha.

Até o Conselho de Arbitragem, que tão célere foi neste caso, e tão ausente tem estado em outros, veio logo a terreiro, abrindo um precedente que esperarei, curioso e sentado, para ver as cenas dos próximos episódios. Acabado o jogo, passei pelos canais de televisão, fazendo zapping, e vi como "paineleiros" de fino quilate, que deveriam ter seguido o exemplo de Filipe Martins, treinador do Casa Pia AC, que demonstrou ser um grande senhor do futebol, mas que ao invés estavam excitados com o assunto, falando até em repetição do jogo em prol da verdade desportiva, como se o futebol português fosse um local onde nunca tivesse havido erros, nem clubes beneficiados.

Eu, que tenho memória, vi José Pratas correr à frente de uma equipa em fúria; vi também Inácio de Almeida omitir na mesma jogada uma grande penalidade e um golo que o levaria a ser afastado do futebol. E sei, porque a memória dos homens é curta, que tanta coisa deveria fazer corar de vergonha os que de forma tão célere foram agora os primeiros a vir a terreiro... quais virgens ofendidas. E ao lembrar estes dois casos, entre tantos outros de décadas, deixei propositadamente de referir os mais recentes, porque estão na memória de todos nós. E com um denominador em comum: o benefício ser invariavelmente para os do costume.

Dito isto, apesar de ser muito mais Sportinguista que desportista, não escondo a minha condição de "irracional" quando entra em compita o nosso símbolo embora seja, mesmo assim, bastante lúcido quando em comparação com certos comentadores "isentos", gostaria, mas gostaria mesmo, que o nosso Clube tivesse ganho de outra forma.

Falando do jogo, porque ele existiu e ganhámos, embora a procissão ainda esteja no adro, sinto um Sporting CP motivado e com muita crença. Que foi ao mercado numa lógica de contratar pouco, mas de forma assertiva. Que tem igualmente na enorme legião de Sportinguistas - somos únicos no quando toca a unir - uma nova e gigantesca onda verde de apoio... numa lógica cada vez mais próxima do "onde vai um, vão todos".  

Uma certeza existe, a próxima "batalha" será já no próximo domingo, em casa, frente ao FC Famalicão. E teremos que fazer do nosso "santuário" uma muralha inexpugnável. Porque se já existiam motivos para nos unir, porque no Sporting CP, pese as divergências pontuais que possam existir, é sempre muito mais aquilo que nos une do que aquilo nos separa, a hora é de união e de combater os moralistas de pacotilha.

Os que vão querer fazer uma guerra de guerrilha contra o nosso Clube. E não, não sou o Calimero. Detesto é ser comido de cebolada. E sei  que os que deveriam estar calados, estão agora preparados para lançar a teoria do caos, querendo recordar este lance durante muito tempo, para que assim possam desviar o foco do essencial.

Para o fim, porque o desporto é sempre muito pouco quando se fala de saúde e de vida, fica o meu desejo de rápidas melhoras ao enorme Sportinguista e homem de Rio Maior, Silvino Sequeira. Força, Leão!

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Treinador italiano vê Sporting como equipa mais interessante da Europa

Avatar do autor PortugaLion, 04.08.23

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Gabriele Cioffi, treinador que passou por equipas como Verona e Udinese, considera o Sporting a equipa mais interessante da Europa a nível tático ao ser questionado sobre a equipa que mais o cativava nessa componente.

Numa compilação de entrevistas a vários treinadores realizada pela 'Sky Sports' sobre a forma como as táticas vão evoluir no futuro, o italiano, de 47 anos, deixa elogios a Rúben Amorim.

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Rúben Amorim no Sporting, porque joga em 3x4x3, mas de forma inteligente. Joga algumas vezes em transição e espera pelo adversário".

Rafael Soares in Record

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Ainda com alguns tiques do ano passado mas nota-se uma dinâmica diferente e com nuances táticas que até agora eram desconhecidas. O plantel não me parece estar completo falta um jogador que tranquilize o meio campo e na lateral direita também falta quem dê mais profundidade à equipa.

No eixo defensivo parece que para já, é onde há mais opções. Quaresma regressou mais adulto e ainda faltam St Juste e Diomande.

Pela negativa Matheus Reis parece ter perdido a confiança e o élan de outras épocas, acumulando  erros infantis que só se devem ter na pré-época. Falta naturalmente alguém para o corredor esquerdo já que, quer Edwards quer Trincão, são para outras missões.

No meio campo há a novidade do Inácio a subir em posse de bola e a fazer um meio campo a 3. Ainda não está bem afinado e quer Morita quer Pote precisam de ter mais segurança. Daí ser um setor que não dou por fechado.

No ataque ainda não se viu o novo elemento do plantel, Viktor Gyökeres, nem o Paulinho. Está Chermiti... e não está mal, melhor que na época passada.

O ala Afonso Moreira parece ser um caso sério. Rúben Amorim vai ter de dar minutos ao miúdo que parece ser muito bom de bola. Trincão também parece assumir outra responsabilidade mas não pode falhar golos na cara do gurda-redes.

Sobre Edwards... bem, sobre o inglês parece um dos mais atrasados na preparação. Agarra-se à bola e perde-a, deixando a equipa em contra pé. Não gostei da exibição do inglês.
Venham mais jogos. Esta pre-época está intensa e assim tem de ser. Exige-se rigor para não se repetir os erros da época passada.

Vamos Sporting Clube de Portugal

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FORMAR... EIS O SPORTING.

Avatar do autor PortugaLion, 14.07.23

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Somos, inquestionavelmente, um clube formador e cujo trajecto a este nível é inegável e reconhecido por todos. Temos sido até, sinais dos tempos, e fruto do reconhecimento desse trabalho de muitos anos, um Clube muito apelativo para os grandes "tubarões" do futebol mundial, cuja dimensão financeira acaba por levá-los para outras latitudes.

A imagem de marca do Sporting Clube de Portugal é desde sempre a de formar jogadores, num caminho iniciado ainda no tempo dos "pelados", sobretudo o que existia em frente à Porta 10-A do antigo estádio. De lá saíram para o plantel principal, e posteriormente para o estrangeiro grandes craques. Paulo Futre e Luís Figo terão sido o exemplo mais paradigmático de uma panóplia de craques que por lá passaram. Mais tarde outros, também numa fase da casa às costas antes da construção da Academia, com Cristiano Ronaldo − para mim o melhor de todos os tempos no futebol mundial − a ser a nossa bandeira. A bandeira de um dos melhores clubes formadores do mundo.

Sou essencialmente pouco dado às conquistas em idades precoces, entendendo, contudo, que formar a ganhar não deixa de ser interessante, sobretudo quanto ao adquirir hábitos de vitórias. Aprendi com grandes senhores do futebol juvenil do nosso Clube que o final da etapa formativa é que é primordial com a transição para a equipa principal. Tantos que parece que vão ser craques se perdem no processo formativo. Ao invés, outros que não o parecendo, fazem o processo inverso e dão um salto tremendo. O futebol de formação é sobretudo um caminho muito interessante e com inúmeras vicissitudes.

E por falar em salto tremendo, e no culminar desse trajecto com sucesso, olho para os jogadores ainda com idade de sub-19 que Rúben Amorim chamou para o estágio de pré-época da equipa principal. Falo de João Muniz e Afonso Moreira, estes pela primeira vez, a que se juntam Dário Essugo, Mateus Fernandes e Youssef Chermiti, que já são "veteranos" nessas chamadas. Dário Essugo foi mesmo, até hoje, o jogador mais jovem de sempre a jogar na nossa equipa principal no ano do último título.

Na selecção nacional de sub-19, cuja geração dourada de jogadores do nosso Clube é tão real quanto a garantia de um futuro que tem tudo para ser risonho, ainda temos Diogo Pinto, Gonçalo Esteves, Samuel Justo e Rodrigo Ribeiro. 

Agora resta trabalhar mais e melhor, porque a perfeição não existe, com o scouting a ter que ser determinante para esse factor. Mas no fim da etapa de formação ter nove jogadores a este nível − dez se contarmos com Martim Marques que rumou ao Lugano − é sinal de que algo está a ser feito e bem feito. 

Uma verdade irrefutável é que este caminho tem muitos anos. Não por acaso, no ano do título europeu, os "Aurélios", nome dado aos nossos "meninos" como homenagem a Aurélio Pereira, um nome incontornável da nossa formação − foram dez os campeões europeus made in Sporting (Rui Patrício, Cédric Soares, José Fonte, Adrien Silva, William Carvalho, João Mário, João Moutinho, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo e Nani) feito que explica a dimensão de um trabalho de excelência. 

Resta continuar. Formar está no nosso ADN! 

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A base do sucesso, na vida e no desporto, é decididamente saber que se pode almejar melhorar o que está bem, mas sobretudo manter o que nos tem feito ser, ao longo dos tempos, de uma bitola de excelência, porque num clube como o Sporting Clube de Portugal a base do sucesso está nessa mesma excelência, feita igualmente com o rigor de um trabalho hercúleo e exemplar.

E no caso de João Matos, o 'capitão', a alma-mater, a referência, o líder, o 'Rei Leão', entre tantos outros adjectivos elogiosos que poderia aqui estar durante muitos mais caracteres a qualificar este Homem, falamos mesmo de excelência e de um trabalho exemplar.

21 anos de Clube, mais concretamente 58,33 por cento do tempo dos seus 36 anos de vida, são os que leva ao serviço do Sporting CP. A renovação recente, de um casamento perfeito feito de um amor único entre as duas partes, é o corolário lógico de algo que um dia, marca indelével do tempo terá que acabar, como aliás todas as outras. Mas esta ainda vai durar o tempo suficiente para obter mais conquistas, estou certo − até porque, qual feito ímpar, já são 39 troféus com a chancela do Leão.

Além dessas mesmas conquistas, é garantida também a continuidade de uma referência do balneário, de uma voz de liderança, de alguém que tem apadrinhado a entrada de tantos jovens na equipa, que vêem nele um bastião do sucesso e cujos sábios conselhos, de quem subiu a corda da sua vida a pulso, e que percebe como poucos a marca identitária do nosso ADN, são determinantes para o seu crescimento. E tantos eles têm sido.

João Matos representa para todos nós, até porque é impossível ser indiferente a este Leão imenso, cujas conquistas são mais que muitas, e o querer ganhar continua a fazer parte do seu ser, de quem tem uma fome insaciável de querer conquistar ainda mais e mais. É esta a sua forma de estar. Aquela forma de estar de quem não ganha por acaso, até porque na vida nada acontece por acaso.

Tenho, como associado, uma estima incomensurável por João Matos, e naturalmente recebi com particular satisfação, extensiva a todos vós esta renovação.

Aquele que é uma extensão em campo do fantástico treinador Nuno Dias, continua de Leão ao peito nas quadras, porque no coração estará para sempre.

Gosto da continuidade de jogadores de sucesso e que dão o corpo e a alma pelo Clube. Gosto por isso de João Matos.

Outros no futsal e em mais modalidades continuarão a sua longevidade de Leão ao peito por via das suas renovações contratuais. Manter nas nossas fileiras as maiores referências é um passo importante para que se ganhe mais vezes. É com base nesta premissa que estaremos sempre mais perto de vencer.

A base do sucesso passa por mais continuidades como a de João Matos. Terá que ser por aí. E acredito que o será!

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