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Conversas Leoninas

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

FC Martinez versus Seleção Nacional

Avatar do autor Rui Pedro Barreiro, 19.11.24

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Começo por dizer que não gosto do selecionador nacional. Reconheci o seu esforço de tentar falar português, alguns poucos bons momentos de futebol, mas muitas asneiras, invenções e, principalmente,  o fazer da seleção o seu clube e não o do mérito. Convoca quem não joga nos seus clubes e deixa de fora da convocatória ou da equipa quem está em grande forma.

A sua sorte é o extraordinário leque de jogadores que temos, mas conseguiu a proeza de muita gente, como eu, não apoiar a seleção por não a sentir sua. Nesta convocatória, para este duplo confronto, Trincão era o único representante do Sporting, mas justamente convocado visto ser um dos melhores jogadores a atuar em Portugal, o recordista de assistências desta época e sempre nos melhores onzes desde o ano passado. Gonçalo Inácio e Pedro Gonçalves devido a lesão não faziam parte da  equipa nacional. Resolveu o selecionador, para o último jogo, que já não contava para o nosso primeiro lugar, repescar da seleção de sub-21, Geovany Quenda, o que me pareceu bastante acertado face ao recente confronto com Gvardiol, em Alvalade, onde se mostrou ao mundo e deu muito trabalho ao City.  No jogo com a Croácia as exibições menos conseguidas foram as de Nelsón Semedo, João Cancelo, Tiago Djaló e Fábio Silva. Qualquer treinador mediano teria colocado Trincão e Quenda em campo. Menos o selecionador nacional. Uma falta total de capacidade de reconhecer a qualidade dos referidos jogadores, ou outra razão menos clara? Seja qual for a resposta uma coisa é certa, grande falta de respeito pelo Sporting e pelos seus jogadores, depois do que aconteceu no passado recente, acrescente-se uma grande falta de bom senso.

De acordo com o GoalPoint e tendo em atenção os convocados de Portugal com menos de 10 minutos por jogo na "Nations League", Trincão foi convocado para 6 jogos, jogou 32 minutos o que perfaz a bonita média de 5,3 minutos por jogo. Já Pedro Gonçalves foi convocado para dois jogos e jogou um minuto, é fácil fazer a média. Geovany Quenda foi convocado para 2 jogos e teve zero minutos. Lindo!

Portugal esteve abaixo dos mínimos no Europeu com este selecionador, vamos ver como ficaremos neste torneio, visto que os verdadeiros desafios surgirão se chegarmos à final four, mas tenho pena que não sinta a seleção como a de Portugal e apenas do FC Martinez. Lamento, mas não consigo gostar deste selecionador. Pelo que fez até agora receio que seja mais uma geração brilhante a passar ao lado da conquista de uma grande competição.

Abaixo do mínimo, que consequências?

Avatar do autor Rui Pedro Barreiro, 05.07.24

Toda a gente dizia que poderíamos ganhar o Europeu. Pelo menos ir à final. Parece que os objectivos mínimos estabelecidos seriam(?) chegar às meias finais. No único desafio com uma equipa do nosso nível não conseguimos ganhar. Poderíamos ter ganho antes das grandes penalidades, tal como a França poderia, ninguém marcou nos 120 minutos. Os equívocos do selecionador foram muitos durante este Europeu, os objectivos não foram atingidos, foram convocados jogadores que não deveriam ter sido e outros não foram e deveriam ter sido, mas isso agora já é história. A "montagem" dos jogos, a colocação dos jogadores, as substituições, tudo isso deveria ser questionado. Não acredito que isso aconteça, Portugal tem bom clima, boa comida e a Federação paga bem, por isso creio que tudo irá ficar mais ou menos na mesma. Voltando ao jogo, continuamos com jogadores intocáveis, que independentemente do seu rendimento em campo não são substituídos, tivemos muitos cantos, mas infelizmente com perigo zero para o adversário. Alguém me explica, por exemplo, qual é o objectivo de tirar o Vitinha e meter o Matheus Nunes aos 119 minutos? Com a incapacidade de marcar golos, como é que o Jota e o Gonçalo Ramos não entram no jogo? Azar o meu, não só o de Pedro Gonçalves e Trincão, que não entendo este selecionador. Fizemos 3 substituições nos 90 minutos e depois aos 106 e aos 119 minutos. Enfim, o fado habitual, assim terminamos mais uma participação cinzenta da nossa seleção, muito por culpa do selecionador, mas que como quase sempre nenhuma consequência terá.

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E agora Portugal?

Avatar do autor Rui Pedro Barreiro, 30.06.24

Escrevo antes do jogo com a França. O primeiro desafio sério que a nossa seleção vai enfrentar. Todos sabem que não sou um admirador do trabalho de Roberto Martinez. Reconheço-lhe o esforço de aprender português e de querer ser mais um entre nós. Todavia, são muitos os defeitos que tenho para lhe apontar. Na convocatória, não escolheu os que estavam em melhor forma e não aproveitou a ocasião para mostrar que todos são iguais em oportunidades de pertencer a este grupo que representa Portugal. Nos jogos mexe normalmente mal e tarde e nem sempre faz as melhores escolhas dos jogadores e do sistema, parecendo que os nossos melhores ficam piores na seleção em relação ao seu potencial. Tivemos um grupo de qualificação super fácil. Portugal ocupa o sétimo lugar no ranking da UEFA, a Eslováquia é 29ª, a Bósnia 39ª, Liechenstein 40ª e Islândia 41ª. Como se vê, equipas muito difíceis. Nos jogos de preparação perdemos com a Eslovénia 30ª e Croácia 20ª. Na fase de grupos deste Europeu jogamos com a Chéquia, 10ª, Turquia 9ª e Geórgia 46ª. Podemos sempre dizer que uma coisa é o ranking outra coisa o que se passa no relvado e é verdade, mas também é verdade que as nossas exibições deixaram muito a desejar e, na minha opinião, muito por más decisões do selecionador. Agora sim, com a França 5ª no ranking teremos oportunidade de ver a qualidade de todos. Não nos podemos desculpar com a falta de apoio. Só espero que Roberto Martinez me mostre que eu estou enganado e que o Europeu começa na sexta, rumo à vitória final. Força Portugal

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A Seleção Nacional ou FC Martinez?

Avatar do autor Rui Pedro Barreiro, 28.05.24

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Confesso que nunca me tinha visto neste papel. Senti uma enorme injustiça cometida relativamente ao meu clube. Escolher é sempre difícil, mas quando se usam critérios equilibrados e coerentes tudo se torna mais fácil, para perceber, para convencer, entusiasmar e unir em torno da seleção. Todos temos a nossa opinião, mas há escolhas que são, no mínimo, muito discutíveis e que não se baseiam no mérito. São 26 jogadores, muitos mais gostariam de estar presentes num palco internacional que valoriza jogadores e os coloca no topo da sua carreira, podendo contribuir decisivamente para o sucesso em clubes de grande craveira internacional. Todavia, Portugal tem atualmente uma das melhores seleções do mundo e ainda sobram opções!

Pessoalmente, confesso a minha decepção por verificar que só Gonçalo Inácio tenha merecido a chamada, segundo os critérios de Roberto Martinez. Temos na seleção muitos e bons jogadores, dois deles dos melhores do mundo, neste momento, Bruno Fernandes e Bernardo Silva que serão inquestionáveis no nosso onze, mas chegar à final é a nossa obrigação mínima.Todavia, Matheus Nunes e Ricardo Horta são duas ausências muito difíceis de entender. No nosso campeonato, Ricardo Velho, guarda redes do Farense, foi a revelação e merecia ser chamado se o mérito fosse o primeiro critério. Rui Patrício que eu aprecio foi relegado para o banco durante muito jogos, mas esta escolha será uma das menos polémicas, ainda assim estamos a falar de uma posição muito específica e cuja titularidade está entregue a Diogo Costa.

No caso de jogadores do Sporting há pelo menos mais 4 ou 5 que poderiam ser equacionados: Paulinho, Trincão, Nuno Santos e Pedro Gonçalves são os primeiros que aqui coloco. Estão em forma, são campeões, marcam golos, fazem assistências e as suas características são diferentes de outros jogadores.  Não é por ser do Sporting, mas a equipa campeã nacional só tem um jogador a merecer estar no Europeu?  Não me parece. Até Eduardo Quaresma tem potencial para ser um dos centrais da seleção. Todos os jogadores sabem da importância para as suas carreiras a presença nos grandes palcos. Espero que psicologicamente isto não os perturbe. Olhando para os 26 seleccionados continuo sem perceber os critérios e as justificações apresentadas e não entendo, de todo, a ausência de Pedro Gonçalves, considerando alguns dos convocados, que não apresentam tempo de jogo, assistências e golos marcados como este nosso jogador. Que mais terá que fazer para ser convocado? E não me digam que os jogadores não se sentem injustiçados e que isto não os afeta. Claro que afeta. Sentir a Seleção como nossa, de todos, também é uma obrigação do Selecionador Nacional. Infelizmente isso não aconteceu nesta convocatória agora revelada. Roberto Martinez poderia dizer que estes 26 são os que melhor definem o futebol que pretende que a seleção jogue. E estava no seu direito, afinal é ele o selecionador. Contudo, as inúmeras justificações, do "azar" até ao "tempo de jogo" e às "presenças" nas anteriores convocatórias, vieram por a nú as inúmeras incoerências apresentadas. Só temos um lateral de pé esquerdo (Nuno Mendes) convocado e  três de pé direito porquê? É claro que se podem fazer adaptações, mas era necessário? Oxalá eu esteja enganado nestas minhas inquietações e o Martinez certo no que fez e que sejamos campeões. 

Portugal será anfitrião do Mundial 2030 com Espanha e Marrocos ...

Avatar do autor PortugaLion, 05.10.23

Juntos vamos construir o melhor mundial de sempre! 
Espanha, Marrocos e Portugal vão ser os anfitriões da maior competição desportiva do Mundo! 🏆
 

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Together we'll make the best World Cup ever! Spain, Morocco and Portugal will be the hosts of the biggest sport´s competition in the world! 🏆

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OBRIGADO CRISTIANO RONALDO

Avatar do autor PortugaLion, 10.12.22

Cristiano Ronaldo levou o nome de Portugal até aos confins do mais recôndito recanto do Planeta Terra.
 
Cristiano Ronaldo foi, durante décadas, fogo de artifício para os olhos de milhões de amantes de futebol, e mesmo até daqueles que não ligam ao desporto rei, em todos os países de todos os continentes. Ronaldo cabe, a par de mais uns poucos eleitos, nos dedos de uma só mão entre os melhores interpretes deste desporto que, a breve trecho, completará 150 anos de época moderna.
 
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Cristiano Ronaldo nasceu numa família pobre. A mãe era empregada de limpezas. O pai sofreu de problemas relacionados com adições e deixou o(s) filho(s) demasiado cedo. Ronaldo, ainda criança, abandonou a pacatez da sua Ilha da Madeira para rumar à sempre agitada Lisboa, em busca de um sonho. Foi, podemos dizê-lo, trabalhador infantil. Trabalha desde que tem memória. E trabalha muitíssimo. Todos os dias. Ronaldo chorava à noite, sozinho, na cama de uma velha pensão no impessoal Marquês de Pombal.
 
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Cristiano Ronaldo começou por bater recordes da modalidade e, sem que se percebesse o tempo passar, já lutava por ultrapassar os recordes que passavam a ser quase todos seus. Ronaldo deu a todas as equipas por onde passou alegrias que serão, enquanto formos vivos, e mesmo depois disso, inolvidáveis para esses adeptos, e até para os seus mais acérrimos rivais.
 
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Ronaldo sempre foi o primeiro a chegar ao treino e o último a sair. Ronaldo marcou golos em todos os minutos que cabem dentro de uma partida de futebol. Ronaldo quis sempre mais e melhor, e foi em busca disso. E conseguiu-o sempre.
 
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Ronaldo foi vítima de todo o tipo de aproveitamento, dada a sua ascenção meteórica além fronteiras. Ronaldo ganhou rios de dinheiro, dinheiro à escala do seu talento, do seu esforço, e da sua dedicação à profissão que escolheu abraçar. Que sabemos que paga bem demais a quem é demasiado bom.
Ronaldo tornou-se estratoesférico. Subiu mais alto do que todos os outros. Mas, ao invés das frágeis asas de Ícaro, as suas ultrapassavam todos os limites. Dentro e fora de campo.
 
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Ronaldo passou toda esta sua vida a ajudar quem mais precisava. Sem necessidade de o promover. Porque, parecendo que não, Ronaldo é um ser humano. Como nós todos. Mas será, possivelmente, o ser humano à face da Terra mais exposto a um teste social que mais parece ser um exame onde todos o pressionam a passar com brilhantismo.
 
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Ronaldo não tem direito a irar-se. Ronaldo não pode sair mais cedo do campo, mesmo depois de ter estado a festejar com os companheiros a vitória de Portugal.
Ronaldo não tem direito a estar triste. A ter um dia, ou uma fase da sua vida, em que se sente mal, ou frustrado consigo próprio. Por se exigir continuar a ser o melhor.
 
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Ronaldo é acusado, nos dias que correm, de quase tudo: de ingratidão, de egocentrismo, de desrespeito, de falta de educação, de indiferença. Uma campanha como poucas - urdida não sei por quem - mas que rápidamente pegou fogo ao enorme pasto das redes sociais. O maior palco que a humanidade descobriu para verter ódio sobre tudo e todos. E não quero armar-me em exemplo de nada. Eu também tenho os meus ódios. Todos temos. Porque somos seres humanos. Com virtudes e defeitos. Com dias bons e dias maus. Com estados de espírito diversos. Somos assim. E o Ronaldo também é.
 
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O Ronaldo sofreu a morte do Pai. E, pior, sofreu a morte de um filho. Lutou sempre contra todas as adversidades com tanta ou mais força quanto a que elas traziam, colocando o foco na sua profissão. Fazendo o que nunca antes dele o comum dos jogadores nem sonharia fazer.
 
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Ronaldo é um ser humano como nós. Tu e eu. Mas teve o destino de ser endeusado pelo mundo inteiro. Agora tentem imaginar como lidariam com essa condição. Anos e anos a não poder sair à rua, com milhões pelo mundo inteiro a fazer vénias à sua passagem... não é isto um desafio enorme às qualidades mentais e psicológicas de um ser humano? Aplicamos-lhe exactamente o mesmo juízo de valor que usaríamos para um comum mortal, como eu e tu?
 
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Muito correcto consegue ser Ronaldo. Se fosse comigo, se me fizessem sentir o rei do mundo, em todo o mundo, há um mundo de anos, à mínima contrariedade poderia ser capaz de partir a montra dos bolos, só porque o café não vinha à temperatura ideal. Mas não. Ronaldo não partiu nada.
 
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Ronaldo, sem ofender ninguém, manifestou a sua frustração por ser substituído. Justamente quando tudo não lhe corre bem. Com sangue quente. E não sentado no sofá da nossa sala com o teclado na mão. Mas cansado e com a adrenalina a latejar-lhe nas veias. Ronaldo saiu mais cedo do campo, quando ainda decorriam os festejos dos colegas. A Ronaldo não lhe é permitido sentir-se silencioso, pensativo, introspectivo, mesmo depois de festejar com toda a equipa.
 
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Ronaldo é apenas o ser humano mais conhecido, mais seguido e mais vigiado a todas as horas no planeta. E como se isto, só por si, fosse de pouca monta, ainda tem de satisfazer, em todas as situações, os padrões morais e exigências éticas de milhões por todo o mundo.
 
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Ronaldo está a atravessar uma fase difícil. Mas aqueles que outrora gritavam o seu nome quando arrastava a selecção nos ombros sabem agora, e somente, atirar-lhe pedras. E pontapear com mais força à medida que Ronaldo se encolhe. E se já estiver no chão, tanto melhor. Isto tudo ao passo em que hordas de gente de todas as nações paga somas exorbitantes para o verem jogar. Gritam o seu nome alto e bom som. E de Portugal apenas conhecem vagas fotografias de revistas de turismo.
 
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Somos um país estranho. Talvez Ronaldo não devesse ter nascido português. Fora ele brasileiro ou argentino, e já seria, para muitos de nós, o melhor de sempre. Mas não. Ronaldo é português. Como eu e tu. E, por baixo da capa de super-herói que lhe vestimos - todos nós - estará certamente uma pessoa que sofre, que sente, que chora e se emociona, com a mesma pele de galinha que tu e eu, e se angustia como todos nós. Só que... é o Cristiano Ronaldo. Era só isto.
 
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Crónica de  👇👇

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Comediante, actor, cronista, dobrador, escritor. Bejense e Sportinguista. 

brunoferreiraonline.com