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Conversas Leoninas

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

Gyökeres Antes da Máscara

Avatar do autor PortugaLion, 07.03.24

Dois amigos entram num bar e mudam a vida de Viktor. A discreta história de Gyökeres em Estocolmo

Eduardo Soares da Silva (Rádio Renascença) 

Para Viktor Gyökeres, tudo começou com uma derrota. E com a desilusão que dela surgiu. Descobriu bem cedo que não gostava de perder. Odiava, na verdade. Hoje, é raro perder a calma em frente à baliza, mas quando era só uma criança a descobrir o futebol num pequeno campo no sul de Estocolmo chorava quando perdia.

“Era um miúdo pequenino e chorava muito. Era um vencedor. Se não ganhasse, chorava”, conta à Renascença um dos primeiros treinadores do sueco, Göran Thel.

Gyökeres chegou há menos de um ano a Alvalade e já é um ícone como poucos se tornaram no Sporting. Espreita o recorde de transferências do clube e do seu país. No entanto, nem sempre foi assim.

Antes de se transformar no avançado que hoje vemos marcar golo atrás de golo, houve um tempo em que o pequeno Viktor jogava no clube a dois passos de casa – onde as bolas ficam guardadas nas malas dos carros dos treinadores – e nunca tinha sequer sonhado com um festejo seu ser copiado por milhares.

Estamos sentados atrás do banco de suplentes do Aspuddens Idrottsplats, o estádio do IFK Aspudden-Tellus. É uma pequena arena de um subúrbio de Estocolmo, a capital sueca.

Há apenas uma bancada, com quatro ou cinco filas sem cadeiras. O relvado é sintético e está polvilhado de neve. Os bancos são uma pequena estrutura de madeira onde cabem cinco ou seis pessoas. A vedação não dá a volta ao estádio todo, entra livremente quem quiser e há até quem passeie o cão no relvado.

Foi aqui que Gyökeres começou a jogar futebol. Foi aqui que raspou os joelhos pela primeira vez num pelado que já não existe, que celebrou os primeiros golos e que se chateou com os colegas após derrotas.

Compreender a história do ponta de lança é entender o contexto em que cresceu, as opções de carreira e a personalidade do goleador da máscara.A GYO.png

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Vídeo

“Todos os anos há a mesma conversa: ‘Olha para aquele miúdo e para aquele’. Mas obviamente que foi bem cedo que ouvimos falar do Viktor, principalmente porque era tão dedicado. Levava o futebol muito a sério. E isso compensou”, conclui Björn Thuresson, o presidente do clube.

Björn é um homem alto, com uma barba branca e muito longa. Está acompanhado pelo ex-treinador Göran e Hanna Bergander, diretora, gestora de redes sociais e ainda treinadora dos sub-19. Faz um pouco de tudo, como quase todos ligados à organização do clube.

“É um clube muito local, os jogadores são todos desta zona e é assim que funciona em Estocolmo. Temos uns 200 adeptos nos jogos, talvez. É um ambiente simpático em que as pessoas podem ver um jogo enquanto tomam um café durante a tarde”, explica.

O IFK Aspudden-Tellus é um clube que serve a sua comunidade. É uma pequena ilha no oceano de mais de 170 clubes da capital. “Agora somos conhecidos por ser o clube que formou o Gyökeres”, acrescenta o presidente.

Aqui, os jovens não são formatados em rígidos processos de formação: “A principal ideia é que os miúdos possam divertir-se a jogar à bola”.

E ao optar por seguir no Tellus, o avançado do Sporting provou que é possível seguir um caminho alternativo, que envolve resistir ao interesse dos maiores clubes de Estocolmo e desenvolver-se livremente.

“Aqui podes passar muito tempo a jogar futebol e os treinadores têm um grau elevado de autonomia. Se fores dedicado, podes jogar muito. Se fores demasiado cedo para uma academia, vais para o banco”, alerta Björn. Há outros caminhos até ao sucesso e Gyökeres é o maior exemplo disso. Cada um dos 32 golos marcados com a camisola do Sporting atesta o sucesso do modelo.

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Rui Barreiro, antigo conselheiro leonino, encara próxima época como "uma oportunidade" de voltar a competir pela I Liga. "Goleador" é prioridade, Bragança é "reforço de peso".

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Foto: Tiago Petinga/Lusa

Rui Barreiro, antigo conselheiro leonino, recorre à época de chegada de Rúben Amorim para ilustrar que a ausência da Liga dos Campeões na próxima temporada “não pode ser entendida como uma fatalidade”.

Quando o técnico assumiu a liderança dos leões, a equipa também terminou em quarto lugar e “no ano seguinte foi campeão”. Barreiro mantém-se “otimista” e “acredita que, quer a direção, quer a equipa técnica aprenderam com o tempo e vão preparar a equipa de forma que seja competitiva e possa ser campeã”.

“Se fossem os orçamentos a ganhar competições, provavelmente o Braga não seria terceiro. A ausência da Liga dos Campeões não pode ser entendida como uma fatalidade, mas como uma oportunidade de mostrar capacidade”, diz, a Bola Branca.

Sobre Rúben Amorim, Rui Barreiro entende que o técnico é “quem conhece melhor o Sporting e as suas necessidades”, fazendo sentido a continuidade. Ainda assim, o clube não pode ser encarado como “Amorim ou o caos”.

Ugarte, Edwards ou Inácio podem equilibrar contas

Tendo por base as limitações financeiras ditadas pela ausência da Liga dos Campeões, Rui Barreiro admite uma “provável saída” do “núcleo duro” da equipa. Nesse capítulo, avança três nomes com mercado: Manuel Ugarte, Marcus Edwards ou Gonçalo Inácio.

“O ideal, para os sportinguistas e para o Rúben Amorim, era que nenhum deles fosse vendido. Se algum tiver de ser, que seja, mas que haja capacidade de ter alternativas que o sejam realmente”, aponta o antigo conselheiro leonino.

No que toca a entradas, Barreiro aponta um jogador que já pertence aos quadros de Alvalade: Daniel Bragança. O médio será “um reforço de peso”, mas não poderá ser o único, já que falta “um goleador”.

“É importante que o Sporting, como candidato ao título, tenha um jogador que marque 15 ou 20 golos por época. Se sair Ugarte, então também será necessário olhar para o meio-campo, mas depende muito da capacidade orçamental e da utilização de jovens”, afirma, em entrevista à Renascença.  

Pedro Castro Alves da RR