Mas quem é que tem o comportamento típico de pressionar os árbitros, ontem, hoje e…sempre?
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Rui Santos escreve sobre a reação do “capitão” do FC Porto, Pepe, após o empate frente ao Rio Ave. E diz que isso faz parte de uma estratégia de confronto para gerar vitimização
Toda a razão, Pepe: a marca FC Porto precisa de ser mais bem tratada.
O ponto é mesmo esse: é preciso mais RESPEITO por aquilo que o FC Porto significa para o País e por aquilo que o FC Porto, através do futebol, dá ao País.
Esse RESPEITO, no entanto, não se decreta; conquista-se.
O elogio é devido, mas a crítica à Crítica até é legítima se percebermos que ela é acompanhada de algum laivo, mesmo que pequeno, de autocrítica.
O RESPEITO conquista-se através das vitórias, na Europa e no território nacional, mas conquista-se também através dos valores e da imagem que se projecta a partir de dentro.
Quando se tem tudo para a afirmação do exemplo e, ao invés, se faz o aproveitamento da marca para gerar conflito, divisões e, com elas, criar supremacias, sobretudo quando é factual que esse aproveitamento é feito através da estratégia de confrontação para gerar vitimização, ficamos com a sensação de que esse pedido de respeito inclui a mensagem segundo a qual o acto de atirar a pedra está amplamente justificado.
Não está.
Pepe,
Sim, o FC Porto merece RESPEITO — e isso não tem discussão —, mas, até prova em contrário, fazemos todos parte do mesmo planeta. Isto está tudo errado: foram tantos anos de banalização do impedimento das liberdades das pessoas que tudo parece normal e uma cabala.
Não, Pepe.
Essa é a discussão que importa ter: deixar a marca FC Porto nas mãos de quem defende a teoria do isolamento, da não inclusão e da perseguição do centralismo ou perceber o potencial de crescimento da marca FC Porto e dar-lhe asas no sentido de uma maior abertura ao Mundo e ao País, numa perspectiva inclusiva, de exemplo social, sobretudo para a juventude, não discutindo obviamente o direito de se afirmar num plano de igualdade com todos os outros competidores?
RESPEITO?
Pepe, vamos lá a ver se nos entendemos naquilo que pode e deve ser a importância de um “capitão” de equipa: quem é que vai para cima dos árbitros, quem é que os tenta condicionar, dentro e fora do campo, numa prática que não é de hoje nem de ontem, é de sempre?
Quem é que não enaltece os feitos do FC Porto? Quem é que não enaltece por exemplo a importância do “capitão” na óptica das lideranças do FC Porto? Quem é que mal trata a parte da comunicação social que não se deixa capturar?
O problema não é esse. O problema é de quem se aproveita negativamente da pujança e da respeitabilidade do emblema para impor À FORÇA a forma de rasgar o caminho até à vitória.
Esse pedido de validação da marcha das botas cardadas, da difusão do medo e da ameaça, através das claques ou de uma comunicação que isola, mente e expõe as pessoas a manifestações de violência, não é, em si mesmo, um abuso e uma falta de respeito?
Sei, Pepe, que a equipa tentou chegar à vitória no jogo com o Rio Ave. Mas sei, também, sabemos todos, que, ao não se conseguir o objectivo, lá vieram as queixas do costume: o árbitro que não concedeu mais 1 minuto de compensação em cima do tempo extra de 7 minutos que foi cumprido pela equipa de arbitragem; e a asserção do costume segundo a qual o FC Porto não é respeitado.
Quer dizer: a pressão do costume acompanhada da vitimização do costume.
A equipa não tem nenhuma responsabilidade pela perda, esta época, de 7 pontos no Dragão, frente a equipas com menos recursos como são o Arouca, Estoril e Rio Ave, marcando nesses 3 jogos apenas 1 golo?
Pepe, vamos ser claros:
Quando a equipa de futebol, no final dos jogos, presta vassalagem e não se importa de ser vexada pela claque dominante, onde fica o RESPEITO e o amor-próprio que tanto se reclama?
Quando o Pepe vê elementos da claque dominante envolvidos no mínimo em suspeitas de crimes graves isso, para si, não tem nenhum significado? E para si colegas de profissão que já deram muito ao FC Porto, como o FC Porto também muito lhes deu - cito, por exemplo, Jorge Costa, Maniche e Nuno Valente, para além do ex-treinador André Villas-Boas, não merecem RESPEITO? Porquê? Por pensarem de maneira diferente? Há portistas de primeira e portistas de segunda?
Reparámos, todos, Pepe, que após o empate com o Rio Ave foi você, como “capitão”, embrulhado numa bandeira, digamos assim, a falar DO futebol e não DE futebol. A passar a tal mensagem política do costume.
Não utilize a marca FC Porto para defender o unanimismo e a narrativa oficial.
Acredite que viver em efectiva democracia é muito melhor. Se existir RESPEITO.
RESPEITO é mesmo a palavra de ordem!
Video 👉 https://www.facebook.com/reel/229249026923022
Por Rui Santos via CNN
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**🗣️ Não é que, para mim, a agremiação do norte mereça tanto respeito assim! Quem semeia ventos, colhe tempestades!
Escolhi esta matéria pela força pedagógica do seu conteúdo como exemplo para os mais jovens desportistas, de como não se devem comportar nunca! E raspanetes ao jogador mais "sujo" da nossa praça são sempre bem-vindos! O Pepe não é exemplo, é, quiçá, um caso de saúde mental!
PL