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Conversas Leoninas

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

Artigos de opinião sobre o Sporting CP e outros destaques, por Rui Pedro Barreiro.

São anos e anos disto 🔴🔵

Avatar do autor PortugaLion, 02.10.22

Mas qual é a surpresa? Ainda me surpreendo com quem fica surpreendido.

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São anos e anos disto.
 
O mais curioso é vivermos a qualidade do futebol inglês e alemão durante a tarde, e depois, bem depois, temos o Guimarães x Benfica.

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Um retrato do país.
 
Somos o que ignoramos e em simultâneo com o que admiramos e defendemos.
 
 
Ricardo Agostinho
 
 

Estética e limpeza, é preciso, é urgente.

Avatar do autor PortugaLion, 21.08.22

À espera de Godot é uma pintura do absurdo sobre a nossa vida, a redundância, a repetição contínua que nos revela que pouco mudamos no desígnio, propósito e caminhada que fazemos até ao fim da nossa vida.

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E o Sporting, o grande Sporting, um Clube que é nada mais nada menos uma representação de milhões de pessoas, vive à espera de Godot.

Não sabemos o que esperamos, mas esperamos, repetimos de forma sistemática os mesmos desabafos, vaticinamos o fim da nossa história, episódio após episódio, entramos em contradição com nós mesmos de forma consecutiva, e claro, vivemos neste absurdo onde o tempo parece ter parado, onde todos os dias se passa o mesmo do dia anterior, todos esperando por alguma coisa, e muito sinceramente com ninguém a saber muito bem o que esperar.

Em pleno século XXI, uma esmagadora maioria de Sócios e Adeptos desconhecem a realidade do Sporting. Não é um problema individual, é transversal a quase todos os Clubes portugueses, mas o Sporting, esse gigante que em 50 anos venceu tão pouco e viveu episódios tão ridículos, vive atualmente um dos melhores momentos da sua história centenária: título de campeão, formação de volta a oferecer talentos, vendas por valores muito acima da média do mercado europeu, renegociação das VMOC e recuperação de mais de 80% da participação da SAD para o Clube.

A somar a tudo isto, dezenas de títulos nacionais e internacionais nas mais diversas modalidades.

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Mas o desconhecimento sobre a realidade do Clube é na sua engrenagem, nos seus processos de trabalho, na dimensão da empresa Sporting. Se em alegretes conversas com amigos e conhecidos é evidente o desconhecimento, o que é perfeitamente normal, é assustador, por exemplo, nas últimas eleições, assistir a promessas inconscientemente proferidas por dois dos candidatos, onde o desconhecimento da grandeza do Sporting é evidente, ou quando antigos dirigentes, parceiros ou funcionários surgem a criticar o que eles próprios não conseguiram fazer.

Parece tudo demasiado fácil quando se promete... É preferível, para alguns manter esta ideia que tudo é fácil, só não se faz por falta de interesse ou por incapacidade profissional. Aqui volta mais uma repetição, o mesmo de ontem, hoje!, se não é a APP, é o Site, se não é o relvado, será o fosso, se não é o equipamento que é feio, serão as meias que estão contra o que está plasmado nos estatutos.

Tudo se repete, na espera, sabe-se lá de quê, o nosso Godot é a inveja e o hábito de criticar a paixão ao Sporting. Um hábito diário, quase uma assinatura de ADN, um sofrer de dor de parto antes de praticar o ato sexual.

O absurdo neste caso é assumidamente ridículo. Cada decisão, tomada por quem foi eleito para as tomar de forma clara e democrática, é criticada ao nível de lesa-pátria. Os mesmos que, todos os dias, esperando sabe-se lá por quem ou o quê, lançam as pedras, afiam as facas, “eu bem disse”, pois nem sempre se acerta, e neste mundo do desporto, muito se falha, mas quando se vence, lá se escondem, e na sombra, continuam à espera de Godot, todos os dias, na angústia, no ridículo, na disseminação de mentiras, de injúrias.

Na esperança que a luz se volte a acender, aquela porta se volte a abrir.
A chegada da inexistência do Sporting não será uma realidade tão próxima como muitos vaticinaram, faz meia dúzia de anos.

Depois do pesadelo boçal que vivemos até à invasão de Alcochete, deixemos de esperar por Godot, é tempo de viver de forma independente, como “O Nariz” de Gogol, que abandou o seu dono e começou a passear pela cidade. Não interessa questionar como foi possível perdê-lo, o nariz, claro, o importante é recupera-lo para o colocar novamente no devido lugar.

Estética e limpeza, é preciso, é urgente.

𝓡𝓲𝓬𝓪𝓻𝓭𝓸 𝓐𝓰𝓸𝓼𝓽𝓲𝓷𝓱𝓸