1. Unidos.
Exibição de sacrifício, frente a um rival mais forte e que fez sofrer. Equipa unida em torno de um plano de jogo, a acreditar em poder fazer a diferença nos detalhes. Noite colectiva importante.
2. 0 5–2-3 de Rúben Amorim.
Nenhumas surpresas num 11 que procurou anular, ceder a iniciativa e esperar a bola para surpreender. Matheus Reis à largura para marcar Saka, St. Juste atento às dobras, Paulinho próximo dos médios centrais. Ofensivamente, Pedro Gonçalves subia e a equipa pedia a Edwards para ser o factor X.
3. O 4-3-3 de Mikel Arteta.
Equipa muito personalizada, com movimentos com e sem bola muito atípicos (o mais evidente, a posição de Zinchenko em fase ofensiva). Sem um 9 típico, colocou 3 em zona ofensiva central, abrindo Nelson e Saka nas alas. Sem bola, pressionante, deixando 3x3 atrás.
4. Jogar na expectativa.
É raro poder ver o Sporting especular sem bola (uma estratégia que sofre tantas vezes). Mas é com as diferentes estratégias que se aproximam equipas com recursos diferentes e promovem a paixão pelo futebol. As inspiração e transpiração são os ingredientes principais para que tudo seja possível.
5. Limitações.
O modelo de Amorim exige muito dos seus jogadores. A distância nos apoios dá importância extrema à capacidade de reter a posse, os 3 defesas centrais são obrigados a sair em contenção muito rápidamente e os médios centrais obrigados a encurtar com a mesma rapidez. Não há rede, e há um desgaste enorme.
6. Ritmo e confiança.
Mesmo que a prioridade do Arsenal seja outra, quem está bem - física e psicologicamente - quem acredita no seu modelo, está mais próximo de ganhar. Não precisam de estar todas as 1ªs figuras, porque quem entra está fresco e quer mostrar serviço para os jogos decisivos que se avizinham.
7. Poder acreditar.
É certo que o rival conserva grande favoritismo, mas a exibição permitiu mostrar à equipa que se pode levar a eliminatória para os detalhes. Porquê? Porque se deu a volta, porque se soube sofrer, porque se tem qualidade, porque o futebol permite estas alegrias. Mas será necessário correr o dobro.
8. O momento.
As boas exibições colectivas raramente surgem por mero acaso. Algo que tem marcado esta temporada tem sido a capacidade da equipa se reerguer depois de levar pancada. Mas é lógico ser mais fácil ter confiança, quando o momento é largamente positivo. Tem faltado alguns detalhes e este jogo não foi excepção.
9. Aspectos a melhorar.
É nas dificuldades que se aprende mais e o jogo de hoje tirou 3 pontos a melhorar:
- A capacidade de encontrar um médio central de frente para o jogo;
- A capacidade de fazer participar os alas na construção;
- E a importância de bloquear o rival, quando a pressão é feita a 3.
10. António Adán.
Tem sido, a meu ver, criticado de forma injusta, não pelos erros que cometeu, mas por se ignorar o contexto em que os mesmos foram cometidos. Fez uma exibição soberba, fazendo o difícil parecer fácil. Merece muito respeito pelo jogo que fez e pela sua qualidade com cômputo geral.
11. Em suma.
Um empate justo e injusto, num jogo que poderia ter corrido melhor, mas também pior, e em que o Sporting, o seu treinador e jogadores deixaram bem expresso, o valor que têm, por vezes de cortar a respiração. Será preciso redobrado espírito colectivo para voltar à terra no domingo.