Este era um jogo para ganhar. Só assim poderíamos manter a chama acesa de atingir o objectivo mínimo desta época, chegar à pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Infelizmente, isso não aconteceu. No fim da primeira parte o resultado e, principalmente, a exibição, não deixava antever o empate com que acabamos o jogo. O nosso treinador armou bem a equipa com um ataque móvel e com os dois alas, Ricardo Esgaio e Nuno Santos estiveram em grande enquanto estiveram em campo, estando ligados aos dois golos e às oportunidades de golo falhadas, com destaque para o falhanço escandaloso de Pedro Gonçalves.
Terminamos a primeira parte a ganhar por 2 a zero, mas poderíamos ter terminado com 3 ou 4 a zero. Trincão e Diomande fizeram os golos, num total de nove remates, contra 2 do Benfica e com 6 cantos contra 3, com uma posse de bola a ultrapassar os 60%. Uma primeira parte de grande classe. Fomos para o intervalo satisfeitos.
Saímos do jogo muito insatisfeitos, quase com sabor a derrota e com passaporte para a Liga Europa. É verdade que o nosso adversário beneficiou de um erro da equipa de arbitragem (João Pinheiro é um árbitro que habitualmente prejudica o Sporting, basta recordar os jogos com o Porto, no Dragão ou em Leiria) e do VAR.
O golo do empate deveria ter sido anulado, mas Rúben Amorim mexeu muito e mal na equipa. Quase que parecia querer mostrar que precisa de reforços... Ainda a ganhar poderíamos ter feito o terceiro por Paulinho, que substituiu Edwards, ou por Morita que foi substituído por Essugo. Hector Bellerin substituiu Esgaio e foi dos 5 que entraram o melhor, mesmo assim abaixo de Esgaio. Matheus Reis e Arthur Gomes não trouxeram ao jogo nada de melhor, não acrescentaram qualidade. Em resumo, os 5 entrados não fizeram esquecer os 5 que saíram. A posse de bola inverteu-se e a vantagem foi anulada.
As minhas escolhas hoje não são 5, mas 6. Diomande marcou um golo, podia ter feito outro se a cabeçada fosse bem sucedida, ainda na primeira parte, cometeu alguns erros, no primeiro golo sofrido estava deitado na área e no segundo não afastou a bola para o sítio certo, mas merece ser destacado pela personalidade demonstrada num jogo desta envergadura.
Nuno Santos, esteve ligado aos golos e deu tudo em campo, não percebo porque o nosso treinador o retira tantas vezes do jogo, quase sempre ficamos pior.
Trincão marcou um golo, no primeiro remate defendido e na recarga deu justiça ao resultado, abrindo o ativo, a sua mobilidade confundiu o adversário econtribuiu para a boa exibição da primeira parte, também não percebi a sua substituição, já ficou em campo nalguns jogos em que esteve muito pior.
Ricardo Esgaio, Morita e Ugarte formaram o trio de melhores em campo. As palavras não conseguem descrever a qualidade em campo demonstrada, o nosso meio campo, enquanto durou esteve imparável. Foram decisivos para o bom jogo do Sporting, Esgaio fez um dos melhores jogos ao serviço do Sporting. Dos 3 só Ugarte ficou até ao fim. Depois é mais fácil falar, mas as substituições, reforço, nada de melhor acrescentaram.
Ainda falta um jogo, mas esta é uma época que termina abaixo do desejável e dos mínimos que um clube com o nosso orçamento e responsabilidade deve almejar. No fim do campeonato farei o balanço da época, mas custa ver Rúben Amorim falar nas saídas de Porro e Matheus Nunes como justificação para a nossa má temporada.
Eu gosto do nosso treinador, arma bem as equipas com os recursos disponíveis, como se viu ontem na primeira parte, mas cometeu muitos erros nas substituições ao longo dos diferentes jogos, recordo o primeiro do campeonato, em Braga, onde Porro e Matheus Nunes ainda jogaram e terminamos empatados, para além de continuar a não apresentar (ao fim de 3 épocas e meia) as alternativas táticas ao tradicional 3-4-3, mesmo quando alguns jogos o exigiam. Podia dar outros exemplos, mas fica para o balanço da época.
Viva o Sporting e venham melhores resultados para 2023/2024.